Oposição vai estar ao lado de prefeitos durante mobilização
O deputado Clóvis Ferraz (DEM) disse hoje que a Oposição estará caminhando ao lado dos prefeitos baianos, na manifestação prevista para amanhã, às 9h, da sede da União dos Municípios da Bahia (UPB) à Assembléia Legislativa, para chamar atenção do governo estadual e federal para a a queda na arrecadação dos repasses constitucionais aos municípios. O movimento promete reunir prefeitos dos 417 municípios baianos de diversos partidos, menos do PT, cujos prefeitos foram orientados pelo governo Jaques Wagner a não participar do evento.
"A marcha dos prefeitos se deve a grande queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) que tem se refletido diretamente na arrecadação dos municípios. Os prefeitos têm feito através da UPB e das entidades regionais, diversas gestões junto ao governador Jaques Wagner e ao presidente Lula, tentando buscar soluções para a crise dos municípios. Isso porque muitas prefeituras já tinham orçamentos fechados e que não serão cumpridos, frustrando boa parte das comunidades que não irão receber as obras e os benefícios esperados. Por isso, o que os prefeitos vão fazer é uma manifestação justa. Não contra governador ou presidente, mas em defesa dos municípios", afirmou Ferraz, estranhando a posição do governo Jaques Wagner de orientar os prefeitos do PT a não participar da marcha, situação que não com diz que com o espírito democrático e republicano que este governo diz ter.
Ajuda federal não chega a R$20 mil
por mês, diz Gildásio Penedo Filho
O deputado Gildásio Penedo Filho (DEM), que também apóia o movimento dos prefeitos, relatou que a ajuda prometida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos municípios a fim de suprir a perda dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), não chegará a R$20 mil ao mês.
"O governo federal acenou com uma ajuda de R$1 bilhão e quando esses recursos forem divididos pelos mais de 5 mil municípios brasileiros, muitos deles, que perderam até R$230 mil no primeiro trimestre, vão ser recompensados com parcos R$60 mil, ou R$20 mil ao mês. Daí porque já se fala de um movimento de prefeitos que pensam em devolver os recursos para o governo federal para mostrar que o anúncio do presidente Lula perante a nação, foi mais um golpe de marketing", afirmou Penedo Filho.
Gildásio Penedo Filho lembrou que dos impostos arrecadados 60% estão concentrados na mão do governo federal, 25% são geridos ou destinados aos Estados e apenas 15 % são encaminhados para os municípios.
"A maior parte dos municípios não possuem receitas próprias e dependem integralmente dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios que sofreram uma redução de R$8,9 bilhões com as isenções que o governo federal deu a diversos setores para assegurar emprego e renda. Mas concede as isenções exatamente com os impostos que são repartidos com estados e municípios (IPI e Imposto de Renda), sem mexer naquelas contribuições que são exclusivas da União como PIS/Cofins. Caso não haja a recomposição das perdas, muitos municípios vão fechar as portas. Por isso o protesto dos prefeitos é legítimo, porque o governo federal concede benefícios apenas com o chapéu alheio", alertou Penedo Filho.