Aguardado na reunião da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (15), quando seria debatido com parlamentares o plano de gestão da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP/BA), o secretário Maurício Barbosa não compareceu aos trabalhos e não justificou sua ausência.

De acordo com o vice-presidente do colegiado, deputado Carlos Gaban (DEM), a visita do secretário à comissão vêm sendo pleiteada desde o início da legislatura, uma vez que o governador Jaques Wagner promoveu um remanejamento em toda a cúpula da SSP em fevereiro deste ano. 

“Nós dissemos que era de suma importância que o secretário Maurício Barbosa apresentasse o planejamento para diminuir a criminalidade na Bahia. Depois de muitas e muitas discussões, tivemos uma reunião lá na SSP e ficou acordado que hoje ele teria um encontro com a comissão, não uma audiência pública, como é o nosso desejo, mas mesmo assim nós concordamos. E agora essa reunião foi mais uma vez desmarcada”, disse Gaban.

Carlos Gaban contou que há uma expectativa, ainda não confirmada, de que a visita possa ocorrer no próximo dia 30 de abril. No entanto, o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da AL observou que desde o dia que o colegiado se reuniu com o secretário na sede da SSP (25 de março) até hoje, mais de 150 pessoas foram assassinadas na Região Metropolitana de Salvador. 

“Acho isso um desrespeito. Não adianta ficar aqui perdendo tempo discutindo os crimes que estão ocorrendo diuturnamente, se a gente não sabe o que está sendo feito para combater a criminalidade. Só podemos ter uma coisa objetiva se tivermos a explanação do secretário”, repudiou.

PROTESTO

Para protestar a ausência do secretário Maurício Barbosa, o deputado Gaban se retirou da reunião. Além dele, saíram os deputados Uziel Bueno (PTN), João Bonfim (PDT) e Capitão Tadeu (PSB), o que comprometeu o andamento da comissão. “Irei comunicar à Presidência da Casa que a Comissão de Segurança Pública está funcionando irregularmente, sem nenhum poder deliberativo e votando projetos sem a presença regimental de deputados”, garantiu Gaban. Em seguida, a Comissão encerrou seus trabalhos.