A indicação de César Borges para o Ministério dos Transportes mexeu com a imaginação dos políticos na Assembleia Legislativa
Tasso Franco , da redação em Salvador |
02/04/2013 às 16:51
Deputado Elmar diz que o "vento" trouxe César Borges para cenário da sucessão
Foto: BJÁ
O deputado Elmar Nascimento (PR), um dos mais destacados parlamentares de oposição ao governo Wagner na Assembleia Legislativa disse ao BJÁ que, a nomeação de César Borges para o Ministério dos Transportes, como titular, em nada muda essa relação e continuará na oposição. "Borges não tem vinculação com o estado e sim com o governo federal.Não será secretário de Wagner e sim ministro de Dilma" frisou que a bancada do PR vai atuar com independência.
Hoje, além de Elmar, o PR conta com os deputados Reinaldo Braga (que já vota com a base do governo), Graça Pimenta e Sandro Régis. Para Elmar, embora Reinaldo vote com o governo seu filho (Reinaldinho, ex-prefeito de Xique-Xique) é secretário de ACM Neto; Graça Pimenta se mantém independente e Sandro Régis é oposição.
Numa hipótese de César Borges pedir que esses deputados passem a integrar a base governista de Wagner, Elmar diz que, "pelo menos no meu caso não existe essa hipótese. Ele me conhece e não vai fazer um pedido dessa natureza. César tem bastante experiência politica e sabe que nossa relação com o governo é franca".
Sobre a possibilidade de Borges vir a ser candidato a governador pelo PR, em 2014, "se destravar a obra da Ferrovia Oeste/Leste e colocar a obra do Porto Sul para andar passa a ser competitivo. Politica é como o vento. Outro dia Borges não era nada na disputa em 2014. Agora passou a ser peça importante, ainda mais pilotando um Ministério que tem R$70 bilhões para investimentos", assegura.
OUTRA VISÃO
Para o deputado Yulo Oiticica, vice-presidente da Assembleia, ex-líder do PT na Casa, existe a tese defendida pelo ex-presidente Lula da Silva de "construir a unidade na diversidade e o PR compreendeu que o PT tem o melhor projeto para o Brasil e veio se agregar, unir as forças", destacou para o BJÁ.
"Agora, Yulo faz a ressalva, já abrimos mão de uma vaga para o TCE ao PSD; cedemos a presidência da Assembleia para o PDT; acatamos a eleição de uma representante do PSB na União das Prefeituras da Bahia, não iremos abrir mão de indicar o candidato a governador".
Yulo destaca que o PT tem legitimidade para isso e situa o senador Walter Pinheiro "como o melhor candidato do seu partido". Admite, no entanto, que, lá adiante, o governador e o PT podem apoiar um candidato da base respeitando o principio de que, primeiro e fundamental é a reeleição da presidente Dilma; em segundo o PT, a formação da bancada petista.
PMDB
Na opinião do deputado Luciano Simões (PMDB), parlamentar experiente da Casa, a indicação de César Borges teve o aval de Wagner e já teria sido acertado que "César será o candidato a senador, com um petista na cabeça da chapa e João Leão (PP), na vice-governadoria".
E Mario Negromonte? - perguntei.
- Este vai para o TCE no lugar de França Teixeira e seu filho sairá candidato a deputado federal, assim como Cacá Leão vai a federal em dobradinha com Eduardo Salles (atual secretário de Agricultura) - assegurou.
Nesse caso, o governador Wagner sairá candidato a deputado federal, hipótese que o gov admite.