A credibilidade da Câmara de Salvador e principalmente do Colégio de Líderes estará em xeque no próximo dia 17. A data foi acordada por 100% de 18 representantes partidários como prazo máximo para a votação dos pareceres do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e da Comissão de Orçamento, Finanças e Fiscalização sobre as contas 2010 do ex-prefeito João Henrique Carneiro.
A combinação ocorreu durante reunião na manhã desta terça-feira, 2, numa tentativa de superar o impasse para a matéria. No início do encontro um grupo composto por integrantes do PT, PCdoB, PPS, PSDB, PSOL e PV colocou-se favorável à apreciação dos documentos já nesta quarta-feira, 3. Outra turma, tendo à frente o PTN e integrada também por PSL, PRP, PMDB, DEM, PP e PR defendia o adiamento. Houve até quem sugerisse a postergação para o segundo semestre.
Nova tentativa
Edis do primeiro conjunto de partidos ainda estão dispostos a votar o pedido de preferência (apresentado por Edivaldo Brito, do PTB, e Fabíola Mansur, do PSB), para trazer o assunto para a frente da ordem do dia, nesta quarta.
Ficou acertado, porém, que 17 será mesmo o dia da votação, com quórum regimental e sem obstruções. A sugestão partiu de José Trindade (PSL), logo apoiada por oposicionistas como Fabíola. Ela, no entanto, garante que sua concordância foi em função dos termos do acordo (presença de número suficiente dos vereadores e sem manobras obstrutivas).
À tarde Arnando Lessa (PT) e Geraldo Jr. (PTN) trocaram farpas. O primeiro acusou o grupo liderado pelo segundo e ligado a JH de tentar protelar a votação para dar tempo do ex-prefeito obter uma decisão na Justiça suspendendo a atuação da CMS. “A qualquer momento a Câmara pode ser surpreendida por uma liminar”, teme o petista.
O trabalhista negou: “Não vai ter nenhuma intervenção judicial. O PTN estará aqui no dia 17 e os seis vereadores vão encabeçar o requerimento de pedido de preferência”. Segundo ele, o prazo estendido solicitado foi apenas para todos tomarem conhecimento do teor dos pareceres.
Continuando a provocar, Lessa convidou o ex-alcaide a comparecer ao legislativo para, em reunião com os edis, apresentar sua defesa. “A oposição quer que ele venha aqui para hostilizá-lo”, respondeu Geraldinho.
Otavio Mangabeira forever
Também à tarde Leo Prates (DEM) fez um veemente protesto contra a troca do nome do Estádio Otávio Mangabeira para Arena Itaipava, mediante a assinatura de um contrato de publicidade com a cervejaria paulista no valor de R$ 100 milhões.
Para o democrata o governo Jaques Wagner está “vendendo a história da Bahia” ao rejeitar o nome de um dos ex-governadores mais ilustres do Estado. Em sua opinião, a mudança da nomenclatura do Aeroporto Internacional 2 de Julho para Deputado Luis Eduardo Magalhães não comporta comparações, pois no caso do terminal aéreo a alteração foi resultado de projeto de lei no Congresso Nacional do qual o então deputado federal Wagner foi co-autor.
“Perguntaram a alguém sobre essa troca na Fonte Nova? Não, é uma imposição para viabilizar financeiramente a obra que nem complexo esportivo é, pois só tem um campo de futebol”, apontou Prates.