Política

FRENTE MISTA VAI BUSCAR SOLUÇÕES PARA CRISE DE HOSPITAIS FILANTRÓPICOS

| 16/03/2012 às 18:12
Crise do Aristides e Martagão preocupa comunidade e autoridades
Foto: Rodrigo Soares
A criação de uma frente parlamentar mista suprapartidária, formada por vereadores, deputados e senadores, foi o caminho encontrado para intermediar soluções para os hospitais filantrópicos Aristides Maltez e Martagão Gesteira pelos participantes de uma audiência pública promovida pela Câmara de Salvador.
 
O debate aconteceu nessa quinta-feira, 15, no Centro de Cultura da CMS, convocado pela Comissão de Saúde da Casa Legislativa, quando a vice-presidente do colegiado, Aladilce Souza (PCdoB), anunciou a Frente. Segundo ela, “A ideia é fazer um acompanhamento e um enfrentamento desta situação. Estas importantíssimas instituições não podem ficar à mercê das mudanças de gestores e de posições políticas”.

Para o presidente da Liga Bahiana Contra o Câncer (LBCC), Aristides Maltez Filho, falta sensibilidade dos gestores públicos para resolver o impasse: “Independentemente de quem esteja no governo, estas instituições que atendem 100% pelo Sistema Único de Saúde não devem ficar nessa situação. O Hospital Aristides Maltez ainda respira. E nunca iremos deixar de fazer atendimentos por nossa vontade. Só pararemos quando não der mais, por conta da falta de repasse de verbas”.

Tanto com tão pouco

Em situação semelhante está o Martagão. Seu diretor, Emanuel Melo, relatou os problemas enfrentados para manter os atendimentos e enalteceu a boa gestão realizada pelos hospitais: “O grande desafio é fazer tanto com tão pouco. Essas instituições precisam ser olhadas de forma diferenciada. São exemplos de boa administração e precisam de um orçamento real e digno”.

Maricélia Macedo, representante da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), disse haver dificuldades no repasse das verbas: “É inquestionável a importância desses hospitais, mas estamos tendo muitos problemas de orçamento”.

A SMS, garantiu, solicitou ao Ministério da Saúde uma revisão do teto orçamentário para Salvador, cujo déficit mensal é de R$ 6 milhões: “Temos a certeza que o governo federal vai rever. A recomposição do teto é fundamental para podermos cumprir com os compromissos com estas instituições. Nunca existiu nenhuma dúvida em relação à capacidade de gestão destes hospitais tão importantes”.

De acordo com Andrez Alonso, superintendente de Regulação da Secretaria Estadual da Saúde, é impossível analisar os problemas dos hospitais filantrópicos sem relacionar com a situação da saúde na capital baiana: “Saúde é prioridade. Precisamos tirar os investimentos da teoria e colocá-los em prática”.