Crise do Aristides e Martagão preocupa comunidade e autoridades
Foto: Rodrigo Soares
A criação de uma frente parlamentar mista suprapartidária, formada por vereadores, deputados e senadores, foi o caminho encontrado para intermediar soluções para os hospitais filantrópicos Aristides Maltez e Martagão Gesteira pelos participantes de uma audiência pública promovida pela Câmara de Salvador.
O debate aconteceu nessa quinta-feira, 15, no Centro de Cultura da CMS, convocado pela Comissão de Saúde da Casa Legislativa, quando a vice-presidente do colegiado, Aladilce Souza (PCdoB), anunciou a Frente. Segundo ela, “A ideia é fazer um acompanhamento e um enfrentamento desta situação. Estas importantíssimas instituições não podem ficar à mercê das mudanças de gestores e de posições políticas”.
Para o presidente da Liga Bahiana Contra o Câncer (LBCC), Aristides Maltez Filho, falta sensibilidade dos gestores públicos para resolver o impasse: “Independentemente de quem esteja no governo, estas instituições que atendem 100% pelo Sistema Único de Saúde não devem ficar nessa situação. O Hospital Aristides Maltez ainda respira. E nunca iremos deixar de fazer atendimentos por nossa vontade. Só pararemos quando não der mais, por conta da falta de repasse de verbas”.
Tanto com tão poucoEm situação semelhante está o Martagão. Seu diretor, Emanuel Melo, relatou os problemas enfrentados para manter os atendimentos e enalteceu a boa gestão realizada pelos hospitais: “O grande desafio é fazer tanto com tão pouco. Essas instituições precisam ser olhadas de forma diferenciada. São exemplos de boa administração e precisam de um orçamento real e digno”.
Maricélia Macedo, representante da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), disse haver dificuldades no repasse das verbas: “É inquestionável a importância desses hospitais, mas estamos tendo muitos problemas de orçamento”.
A SMS, garantiu, solicitou ao Ministério da Saúde uma revisão do teto orçamentário para Salvador, cujo déficit mensal é de R$ 6 milhões: “Temos a certeza que o governo federal vai rever. A recomposição do teto é fundamental para podermos cumprir com os compromissos com estas instituições. Nunca existiu nenhuma dúvida em relação à capacidade de gestão destes hospitais tão importantes”.
De acordo com Andrez Alonso, superintendente de Regulação da Secretaria Estadual da Saúde, é impossível analisar os problemas dos hospitais filantrópicos sem relacionar com a situação da saúde na capital baiana: “Saúde é prioridade. Precisamos tirar os investimentos da teoria e colocá-los em prática”.