Política

VETO ÀS GRATIFICAÇÕES NA SAÚDE TRANCA A PAUTA VAI A PLENÁRIO NA 2ª

| 13/03/2012 às 21:23
Os agentes de endemias têm pressionado os vereadores durante as sessões
Foto: LB
(Por Limiro Besnosik)

Não são muito bons os prognósticos para a derrubada do veto do prefeito João Henrique à emenda 128, incluída na Lei Orçamentária Anual (LOA), antecipando de junho para janeiro o pagamento das gratificações aos agentes de endemias. A matéria começou a trancar a pauta das sessões nesta terça-feira, 13, e deve ir a plenário na próxima segunda-feira, 19.

Mesmo os oposicionistas mais otimistas não acreditam na reversão do quadro, pois contam apenas com os votos do PT (sete), PCdoB (dois), Adriano Meireles (PR), ultimamente com posturas oposicionistas, e Andréa Mendonça (PV).

PMDB (com seis edis), apesar da pressão de seu presidente estadual, deputado federal Lúcio Vieira Lima, e PSD (três), embora os rumores sobre a postura do vice-governador Otto Alencar (presidente da sigla na Bahia) contrária a JH, devem acompanhar as ordens do Palácio Thomé de Souza.

Ademais, o voto é secreto e o movimento a favor do sufrágio aberto também não deve resultar em grande coisa, pois seria necessário mexer na Lei Orgânica do Município. Em ano de eleição tem muito vereador dependendo de apoio do executivo para garantir sua permanência na CMS, e um ato de rebeldia poderia custar caro a esse projeto.

Ainda que todo o PMDB (algo pouco provável) e o PSD optassem pela derrubada do veto, formando um total de 21, somados aos 11 da oposição, ainda faltaria um para a manutenção da emenda 128.

Assim, no entender dos oposicionistas, a mobilização dos agentes de endemias, com sua barulhenta claque, deveria se concentrar sobre a bancada situacionista, aproveitando os descontentamentos existentes, por conta do não atendimento de demandas dos edis pelo prefeito ou algum secretário. Nesses casos, o voto secreto seria até um aliado.

Caso o veto seja mantido a Câmara sofrerá mais um desgaste político, pois a emenda foi a única acatada em toda a negociação da LOA, e por unanimidade, com a aquiescência dos vereadores ligados a JH. Imagina-se, portanto, que o assunto tenha passado por aprovação do executivo. Ou terá sido apenas uma manobra para, no final,  deixar o ônus da rejeição na conta do legislativo?