Em pronunciamento feito na Tribuna da Câmara, em Brasília, nesta sexta-feira, 02, o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB) criticou os desentendimentos entre prefeitura e governo do Estado, em prejuízo da população baiana. Ele exemplificou com o episódio do Hospital Aristides Maltez, que pode fechar as portas por falta de recursos
Segundo Imbassahy, a instituição, referência no atendimento a pacientes com câncer, "não pode ser ameaçada pela incompetência de governantes que, ao invés de defendê-la, contribuem para agravar os seus problemas financeiros".
"A prefeitura retém indevidamente recursos relativos à prestação de serviços, e ainda acusa o hospital de atendimentos excessivos. Ora, se houve um número maior de atendimentos é porque a demanda, infelizmente, cresceu, e pacientes com câncer não podem prescindir de atendimento", reclamou.
Por outro lado, disse ele, o governo do estado, numa atitude passiva, se omite, critica o município e ainda vem a público dizer que tem condição de elevar o valor do convênio firmado com o hospital. Então, porque razão já não o fez? questionou.
O deputado concluiu pedindo ao secretário municipal de saúde, Gilberto José, que reexamine a sua posição, compreendendo a amplitude da questão. Ao secretário estadual, Jorge Sola, que, ao invés de acusar a prefeitura, volte a suas forças para a solução do problema.
Por fim, Imbassahy dirigiu-se ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sugerindo que ele tome uma atitude pró ativa e, com a autoridade de ministro, resolva o mais rápido possível esse problema, dando àqueles que já padecem com o diagnóstico de câncer a garantia necessária do seu tratamento.
ACORDO AINDA
PENDENTE
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) anunciou, na noite desta sexta, 02, em nota, que fará um incremento de R$ 530 mil ao valor do convênio com o Hospital Aristides Maltez (HAM). O contrato, que findou em 31 de dezembro, seria prorrogado até o final de março, agora com parcelas mensais de R$ 6,3 mil.
A SMS afirmou na nota que a diretoria do HAM havia aceitado a proposta, e que tentará junto ao Ministério da Saúde (MS) recompor o teto de procedimentos de média e alta complexidade de Salvador.
No entanto, a assessoria de imprensa do HAM informou que a proposta ainda não foi aceita. Uma reunião às 9h de segunda-feira da diretoria da Liga Bahiana Contra o Câncer (LBCC) definirá se a aceitam. O HAM diz que as três parcelas de R$ 530 mil não são um incremento, mas pagamento de parte dos R$ 13,5 milhões em atraso.
Ministério Público - A reunião em que foi apresentada a proposta foi na manhã desta sexta, na sede do Ministério Público Estadual, da qual participou o promotor Rogério Queiroz, que descartou, por enquanto, ingressar com ação contra a SMS.
Mas o deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB) provocou o Ministério Público do Estado e o Ministério Público Federal, pedindo a instauração de inquérito civil para apurar a aplicação de verbas federais pela SMS e se o atraso de repasses seria proposital, como denunciou, quinta-feira, o diretor do HAM, Maltez Filho, em uma rádio.
O titular da SMS, Gilberto José, se disse "surpreso". "Sempre estive à disposição para esclarecer toda a situação do HAM", argumentou.