(Por Limiro Besnosik)

Sem estratégia definida, mas com bastante confiança na aprovação das contas 2010 do prefeito João Henrique Carneiro. Assim se declarou o líder do governo na Câmara de Salvador, Téo Senna (PTC), nesta terça-feira, 27, mesmo diante dos prognósticos negativos de bastidores, em função do parecer contrário, já emitido pela maioria dos conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

O vereador criticou membros da oposição por adiantarem seu voto desfavorável a JH, antes de concluído o relatório da Comissão de Orçamento, Finanças e Fiscalização: "Não posso me posicionar antes de ouvir a Comissão, que é opinativa e dará um parecer técnico".

Para ele, a análise do TCM não é definitiva, pois o órgão fiscalizador promoveu mudanças em seus critérios e não as comunicou a tempo aos gestores municipais, provocando um desencontro de informações que podem vir a ser interpretadas como irregularidades. "Isso são dados que estamos colocando e vamos debater em plenário para demonstrar nossas razões", disse.

O trabalhista cristão admitiu a dificuldade em negociar com a oposição e já identifica a existência de "posicionamentos políticos" e pressões em busca de apoio do prefeito para as próximas eleições, mostrando as muitas discussões daqui para frente.

Secopa, moeda de troca?

Téo Senna ironizou a tese de Aladilce Souza (PCdoB), segundo quem a criação dos cargos de secretário extraordinário de esportes e mais seis assessores seria uma manobra para acomodar forças políticas com vistas à aprovação das contas de João.

A comunista protestou na tribuna contra o projeto de lei em tramitação na Casa, classificando como incoerente a postura do prefeito em recriar uma pasta - extinta no início de seu segundo mandato, alegando falta de recursos para mantê-la -, justamente em meio a uma grave crise financeira.

Em resposta, o líder governista negou qualquer gasto adicional. Segundo ele, trata-se apenas da estruturação do Escritório Municipal da Copa (Ecopa), conduzindo ao cargo o seu coordenador, Leonel Leal.

Mas, para "satisfazer Aladilce", Senna fez questão de anunciar que "convidará" o governador de Brasília, Agnelo Queiroz, ou o ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, ambos comunistas, para assumir a nova secretaria. Dessa vez, a edil deixou a tribuna verdadeiramente enfezada.