Os deputados estaduais Luciano Simões (PMDB) e Carlos Geilson (PTN) disseram na tarde desta segunda-feira, 27, no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia que o governo do Estado está perseguindo policiais militares que participaram da greve da PM, mesmo àqueles que o fizeram de forma pacífica, "numa verdadeira caça às bruxas". Segundo Luciano já "são 22 PMs encarcerados sem direito de defesa".

  Para o deputado peemedebista as prisões estão sendo feitas sem fundamento legal uma vez que, "o Regulamento Disciplinar de Conduta que deveria ser apreciado por esta Casa Legislativa se encontra na Casa Civil do governo desde o ano 2000". Luciano destacou que a prisão do PM Ivan Leite, o qual atuou como porta-voz do grupo grevista representa uma situação ilegal "porque não houve por parte deste PM qualquer tipo de admoestação".

  Quem assumuiu a defesa do governo foi o deputado Gildásio Penedo Filho (PSD), ex-líder carlista da Assembleia, o qual relatou a responsabilidade que o governo tem com a PM no plano institucional e das relações salariais e disse que o Estado só está responsabilizando aqueles que cometeram delitos durante o movimento grevista. 

  Penedo também justificou porque o governo só está concedendo o reajuste de 6.5% de reposição salarial e a GAP-4 em novembro para os PMs, alegando que não falta vontade política ao governo Wagner no sentido de melhor os salários, porém, há limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. "Há um limite prudencial de gastos em questão e já atinge a marca de 46%", frisou.

  Para o deputado Paulo Azi, DEM, o governo não dá um melhor reajuste salarial aos servidores e aos PMs porque existem outras prioridades no governo. "Há dentro do limite prudencial uma folga de 2% no orçamento do estado o que representa algo em torno de R$400 milhões e isso poderia ser usado para melhorar o salário dos funcionários e PMs", frisou.

  Azi lamentou ainda que, enquanto o governo federal dá um reajuste de 14.5% no salário mínimo a Bahia apenas repõe a inflação do ano que foi de 6.5%.

  BEBETO CHORÃO

  Já o deputado Carlos Geilson situou que a defesa do deputado Gildásio Penedo Filho (PSD) ao governo parecia até que ele se comportava como "Bebeto, aquele jogador baiano da seleção brasileira, Bebeto chorão, que troca de camisa mas não convence".

  Geilson frisou que o governo do Estado além de dar apenas uma reposição salarial de 6.5% aos PMs e pretende votar uma GAP para novembro, "vem promovendo verdadeira caça às bruxas e predendo policiais mesmo aqueles que agiram de forma pacífica na greve", comentou.

  "Em Feira de Santana estão perseguindo e ameaçando prender o sargento vereador Joel. O que foi que ele fez? o governo precisa ser claro e dizer a sociedade qual o motivo de sua prisão e por fim a essa caça às bruxas".

   No entendimento do deputado José Raimundo (PT) o objetivo maior da bancada governista é votar logo o reajuste dos servidores e a GAP dos PMs. "Nós do PT não somos contra a greve, pois é um movimento fundamental para avanços das categorias. Mas há limites para tudo e houve excessos na greve da PM a ponto do governo recorrer a FNS", frisou situando agora é analisar um novo patamar para PM no estado.