O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), rejeitou nesta terça-feira a possibilidade de o Congresso Nacional discutir uma eventual anistia aos policiais militares em greve na Bahia. Ele disse que, ainda que haja pressão por reajustes salariais na categoria, também não existe "condição política" para a discussão de um piso nacional salarial para profissionais de segurança, como previsto na proposta de emenda à Constituição (PEC) 300, ainda pendente de votação no parlamento.
"Não pode virar moda no País se fazer greves nos Estados e depois correr para Brasília para tentar anistia. Toda greve que ultrapassa os limites da legalidade e cai para o lado do vandalismo tem que ser tratada como vandalismo e crime", disse ele, relembrando a dificuldade de se votar a PEC 300 no Congresso.
"Não temos como, em condições normais, regular os salários que são pagos nos Estados. A PEC 300 tem um impacto brutal. Não vejo nenhuma condição política que se trate disso com esse grau de 'explosividade' hoje. As demandas por reajustes são enormes, mas transferir esse debate para cá, para o Congresso Nacional e para Brasília não me parece uma boa estratégia. Não posso definir, por exemplo, quanto o governo do Rio Grande do Sul vai pagar para servidores da área de segurança", argumentou.
COMENTÁRIO DO BJÁ
Esta é apenas uma opinião do presidente da Câmara. A rigor, não depende dele a anista e sim do Congresso Nacional, pelo votos dos parlamentares. Se for votada a anistia, a matéria ainda segue para sançã ou veto da presidência da República.