A Casa Civil prorrogou por 30 dias os trabalhos da comissão instaurada para investigar o suposto envolvimento da ex-ministra Erenice Guerra em tráfico de influência no órgão. A portaria que prorroga o prazo de investigação foi publicada nesta segunda-feira (18) no "Diário Oficial da União".
Erenice pediu demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 16 de setembro, após ter sido envolvida em denúncias de tráfico de influência na Casa Civil.
Saulo e Israel Guerra, filhos de Erenice, teriam utilizado a influência da mãe na Casa Civil para facilitar a negociação de contratos públicos com empresas privadas. Ambos atuavam na empresa Capital Assessoria e Consultoria.
O prazo aberto para a comissão instalada na Casa Civil concluir a apuração do caso terminou neste domingo (17). Com a prorrogação dos trabalhos por mais um mês, o resultado só será conhecido após o segundo turno das eleições. O resultado dos trabalhos será apresentado ao ministro interino da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima.
Além de Erenice Guerra, os funcionários da Casa Civil Vinicius Castro e Stevan Knezevic também deixaram o órgão após as denúncias de suposto tráfico de influência. A Polícia Federal (PF) também investiga o caso e encaminhou pedido de prorrogação do prazo de investigação à Justiça Federal no Distrito Federal.Comissão de Ética da Presidência da República negou, por unanimidade, pedido feito pela ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra para que reconsiderasse a "censura ética" aplicada a ela no mês passado, informou nesta segunda-feira (18) o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence.
CENSURADA
Erenice foi censurada no dia 17 de setembro por não ter entregue uma declaração de informações confidenciais, o que é exigido de todas as autoridades do Executivo. Entre os dados que deveriam ter sido informados estão bens que ela possui e os familiares que ocupam cargos em órgãos públicos.A censura ética, que vale por três anos, não evita que a ex-autoridade volte a ocupar cargos públicos de relevância, mas é um fator negativo na hora da avaliação de currículo para novos postos.
Segundo Pertence, a ex-ministra não pode mais reverter a sanção aplicada pela comissão.
Erenice também enfrenta no mesmo órgão processo de investigação das denúncias de que ela teria cometido tráfico de influência em favor de familiares na efetivação de contratos entre empresas privadas e órgãos públicos. "Essas investigações continuam em andamento e ainda não há definição", disse Pertence