Com um trânsito já comprometido, a estreita Rua Barão de Itapoan, na Barra, corre o risco de ser ainda mais impactada com o projeto de construção do Bridges
Tasso Franco , Salvador |
25/07/2025 às 11:09
Reunião no MP
Foto: Victor Queiros
. Em nova reunião sobre o projeto, no início da tarde desta quinta-feira (24), a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da bancada da oposição na Câmara de Salvador, acompanhada de representantes do Movimento Amabarra, discutiu as providências cabíveis com o promotor Heron Gordilho, da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, do Ministério Público Estadual, que agendou nova audiência para o próximo dia 30, às 14h, com a intimação dos responsáveis pelo projeto e representantes do município. O encontro anterior, com a promotora Cristina Seixas, ocorreu no dia 8 deste mês.
A investigação do MP, registrada no procedimento IDEA nº 003.9.83461/2025, foi aberta após provocação do gabinete da vereadora, em atenção a solicitação de grupo de moradores do bairro. A denúncia aponta para o total descaso e indiferença da gestão municipal em garantir o acesso a informações públicas sobre a obra. O mais grave, segundo Aladilce, é que as vendas já foram iniciadas, atraindo consumidores/investidores sem sequer haver incorporação registrada e licenciada.
Saturada
“Importante haver uma análise sobre os prejuízos diretos para a população local e seus frequentadores, já que a Barra é patrimônio de toda cidade, que sofrerá as consequências de uma obra deste porte em uma área já saturada”, observa a vereadora, que participou da audiência com representantes dos moradores e de sua assessoria jurídica. Ela criticou a falta de transparência por parte da prefeitura, frisando que as secretarias responsáveis, questionadas oficialmente tanto pelo MP quanto por seu mandato, “têm se omitido, caracterizando uma gestão que não cumpre seu dever de prestar informações à sociedade e aos órgãos de controle”.
Segundo Aladilce, é inadmissível que um projeto que impactará permanentemente a mobilidade, o saneamento e a vida dos moradores da Barra seja conduzido sem debate público e sem apresentação dos estudos necessários. “A gestão municipal não tem sido transparente e vem sendo descumpridora do dever de disponibilizar o acesso às informações, o que levanta sérias suspeitas sobre a legalidade de todo o processo", afirma na representação que originou a investigação.
O objetivo da mobilização, segundo os moradores, é frear as irregularidades, garantir o cumprimento da lei e assegurar que o desenvolvimento urbano na cidade não ocorra à custa do bem-estar de seus cidadãos e do meio ambiente.