Bem-humorada, ela disse estar usando uma "peruquinha básica" e afirmou que vai esperar o cabelo crescer até uma altura razoável para abandoná-la. "Quando o cabelo começar a crescer e tiver mais ou menos do tamanho de um corte masculino, eu espero poder tirar a peruca, que é muito chato", disse.
Em uma rápida entrevista, Dilma considerou de mau gosto afirmações atribuídas à oposição que a doença poderia colocar a sua candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em risco.
DOENÇA E POLÍTICA
"Eu acho de muito mau gosto misturar uma doença que é hoje grave com questões políticas. E acho que a própria população vai entender que isso não é adequado".
A ministra afirmou que sua internação foi provocada por uma reação ao medicamento cortisona.
"Ontem eu estava com muita dor nas pernas, porque eu tenho uma reação quando se tira cortisona. Eu tomei cortisona em doses altas nos dias 16, 17 e 18 e, no dia 19, ela caiu bruscamente, foi suspensa e aí me deu essa dor muscular muito forte. Aí eu vim para cá, fizeram os exames. Chegaram à conclusão que era isso. Repuseram em doses bem menores. E vão tirar lentamente o medicamento a partir de agora", afirmou.
Segundo ela, as dores nada têm a ver com o seu ritmo de trabalho. "Isso não teve nada a ver com ritmo de trabalho. Não deriva disso. Deriva fundamentalmente do que a gente não espera. Cada pessoa reage de um jeito a certos remédios. Eu tenho uma reação se tirar a cortisona de mim. Algumas pessoas também têm, muito forte", disse.
Dilma agradeceu às pessoas que torceram por ela e disse que todos têm sido muito solidários.
"Eu queria aproveitar e agradecer a quantidade de solidariedade nesse período, inclusive ontem e hoje. As pessoas foram muito solidárias. Agradeço àquelas que estão rezando as que torcem por mim e àquelas que me encontram e dizem que vai passar. Ontem foi um dia ruim. Dor é sempre desagradável, mas quando ela passou, não tinha nada de mais complicado. Eu já estou boa", disse.
Dilma foi hospitalizada na madrugada de terça-feira com fortes dores nas pernas devido a uma miopatia (alteração anormal das fibras musculares). A ministra reclamou de dores na tarde da segunda-feira em seu gabinete, em Brasília, e os remédios receitados deram apenas alívio momentâneo, por isso, ela preferiu ser atendida pelos médicos que a tratam contra o câncer, em São Paulo.
A ministra está sendo submetida à quimioterapia de forma preventiva, porque, até agora, os médicos encontraram um linfoma na região da axila, extraído de forma bem-sucedida e precoce no mês passado. De acordo com os médicos, a quimioterapia pode garantir que o problema não se repita.
Perguntada sobre candidatura à presidência em 2010, Dilma declarou: "eu não falo sobre isso nem amarrada