As chuvas que caíram sobre Salvador na semana passada causaram estragos e mais uma vez provaram as deficiências da cidade, mas decretar situação de emergência na capital baiana foi um ato sem justificativa legal. É o que afirma o vereador Carballal (PT), que criticou o imediatismo da providência tomada pelo prefeito João Henrique, sem qualquer respaldo técnico que atestasse a real necessidade da medida.
O vereador vai propor à Câmara investigar o decreto da prefeitura, revelando uma situação de emergência na cidade, que, entre outras coisas asseguraria uma espécie de "cheque em branco", já que permite a realização de obras sem licitação e o desvio de verbas de outras áreas para serviços "emergenciais".
"Nem relatório houve. Inclusive, o representante da Defesa Civil da própria prefeitura em entrevista a uma emissora de televisão, disse que a cidade estava preparada para as chuvas e que a água facilmente escoraria nas principais vias, evitando alagamentos". Carballal acredita que a melhor medida neste momento é o prefeito revogar o decreto para utilizá-lo em momentos de reais necessidades para o município. "Não pode ao primeiro sinal de chuvas a situação ser tratada como uma tragédia, como a que aconteceu em Santa Catarina".