As cotas de passagens aéreas dos parlamentares serviram a Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União, órgão responsável por fiscalizar as despesas dos três Poderes. Nardes viajou de Brasília para Porto Alegre no dia 6 de dezembro de 2007, às 10h20, no voo JJ 8020. A viagem custou R$ 519,12 e foi paga pela cota do deputado José Otávio Germano (PP-RS).
O deputado é listado como um dos responsáveis no processo 012.934/1999-2, uma representação de auditores do TCU sobre convênios de concessão de rodovias federais firmados entre a união e o Rio Grande do Sul. O relator do caso é o auditor André Luís de Carvalho.
No quarto mandato, Mário Negromonte argumentou que não há ilegalidade no uso das passagens. "São viagens que servem para ampliar o conhecimento. Cada vez que o parlamentar viaja para fora, ele cresce", afirmou.
O problema é que o crescimento, neste caso, não ficou restrito ao deputado, já que mulher e filhas foram quem mais viajaram para o exterior, tendo Nova York (EUA) como o destino preferido.
Enquanto Negromonte admite o uso das passagens, o deputado de primeiro mandato Maurício Trindade nega ter se excedido nas viagens. "Fiz apenas uma viagem para a Argentina", diz.
Segundo informações das empresas aéreas pesquisadas, foram 20 viagens na cota do deputado. Entre dezembro de 2007 e abril de 2008, parentes e amigos dele viajaram a Paris e Nova York.
Já João Carlos Bacelar disse que não vai se pronunciar. Das 22 passagens, cinco estão no nome do deputado. O restante está em nome de Alfredo Tura, Emanuele Barros, Maria Eduarda Souza, Maria Olívia Oliveira e Ricardo Oliveira - os quais o deputado não informou se são parentes, funcionários ou amigos.