Estiveram presentes na mesa, o deputado estadual e proponente da sessão, Yulo Oiticica (PT), o secretário de Desenvolvimento Social e de Combate a Pobreza, Valmir Assunção, o superintendente Regional do INCRA, Luiz Gugé, a diretora nacional do MST Vera Lúcia Barbosa (Lucinha do MST), o presidente do Conselho Segurança Alimentar (CONSEA), Carlos Eduardo Leite, o coordenador executivo da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA), Luís Anselmo, a diretora adjunta da FUNDAC, Roberta Sampaio, o secretario de juventude do PT, Gabriel Oliveira, e representando o Secretária de Agricultura, Adailton Florêncio.
Yulo iniciou o discurso sendo aplaudido de pé quando quebrou o protocolo e colocou o boné do MST na tribuna. O deputado relembrou o massacre em Eldorado dos Carajás, quando os 19 trabalhadores foram assassinados em 1996. "Esses 19 trabalhadores juntam-se aos incontáveis mártires de nossa história. A todos eles devemos a democracia que vivemos hoje. Uma democracia ainda incompleta, onde tantas vezes a liberdade se converte em grilhões, pela falta de oportunidade, pela negação do direito, pela repressão desmesurada", afirmou.
SUPERAR
PROBLEMAS
Para Yulo a sociedade tem que saber que os movimentos sociais precisam da reforma agrária para superar os problemas sociais. "Não desarticularemos a perversa desigualdade desse país sem Reforma Agrária. Queremos um país de todos. Queremos que se corrijam as históricas injustiças cometidas contra a população pobre e rural desse país", garantiu. "Celebramos hoje o respeito que o MST conquistou no Brasil e no mundo, sendo um modelo de organização popular, sem amarras políticas, com consciência de classe, com convicção de seus princípios", finalizou Yulo sendo aplaudido de pé por todos.
Lucinha do MST subiu na tribuna para divulgar alguns dados sobre o Movimento. Nesses 25 anos, o MST obteve várias conquistas. No Brasil, o Movimento está organizado em 24 estados, onde há 130 mil famílias acampadas e 370 mil famílias assentadas. "Aonde estariam essas 300 mil famílias se elas não estivessem no Movimento?", provocou.
CAPACITAÇÃO
Dentro do movimento foram criados 65 cursos formais de capacitação, convênio com Cuba para erradicar o analfabetismo dentro do Movimento, dentro outros projetos. Mas também há alguns dados que não se pode comemorar. Depois do massacre em Eldorado, foi decretado que o dia 17 de abril se tornaria o Dia Internacional de Luta Camponesa. "Já aconteceram mais de 1.117 conflitos e mais de 1.500 mortes de membros do MST, depois do massacre de Eldorado", denunciou.
O último a discursar na tribuna foi O secretário Valmir Assunção que emocionou a todos no plenário quando relembrou a sua história dentro do Movimento. "Se eu sou secretário hoje, não é porque tenho olhos bonitos, é porque o MST me colocou aonde estou. Se tem uma coisa que eu me orgulho muito, é de fazer parte desse Movimento". E finalizou dizendo que só se faz reforma agrária no país como o Brasil, se os trabalhadores forem à luta, fazendo ocupação, fazendo caminhada. E é por isso que o movimento continua de pé.
A sessão foi marcada por misticas e homenagens. Integrantes do MST entregaram um quadro em comemoração aos 25 anos do Movimento para a todos da mesa. No discurso, a integrante agradecia à todos da mesa, mas em especial a Yulo por estar sempre engajado na luta dos direitos humanos.