Notas que apenas cumpriram um protocolo
As notas oficiais emitidas pelo prefeito João Henrique (PMDB) e pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PSDB) em pesar pela morte do senador ACM foram o que se pode classificar como dever de ofício.
Foram tão sintéticas, tão restritas ao dever de quem exerce tais cargos que, sequer levaram em consideração a história, a grandeza do personagem baiano, o qual, como bem disse o governador Jaques Wagner, despertava paixões e ódios e sempre se posionava em defesa da Bahia.
O governador Wagner, com sua atitude, só ganhou pontos com a opinião pública ao receber a imprensa e ter a dignidade, como chefe do Executivo estadual, de falar de um personagem, o qual, historicamente, sempre foi seu adversário e reconhecer o seu papel na história da Bahia.
Gestos dessa natureza, engrandecem o homem, independente de sua atividade política e de sua função como governador que, todos sabemos, embora passageira, trata-se de uma delegação conferida pela vontade popular e que deve ser exercitada nessa direção, respeitando os seus valores.
E, ACM, era um desses valores, quer se gostasse dele; ou não.
Aliás, só para complementar, tudo é passageiro. Tudo é transformação, sólido se desmanchando no ar, a TAM, o fogo, a arquitetura, a casa, o carro da família, a infância, o bigode, a vida.