Outros interlocutores do Palácio do Planalto dizem que, no momento certo, o governo se defenderá politicamente. Contudo, o próprio presidente é que definirá qual será a estratégia e quem falará em nome do governo.
Por ora, o governo quer apenas evitar que a tese da "crônica da tragédia anunciada ganhe corpo" e prevaleça sobre as investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) e da Polícia Federal.
Ontem, enquanto coordenava os movimentos do governo e recebia informações diretamente do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, Lula dizia que o acidente "era uma tragédia" e questionava "como isso pode acontecer?".
Hoje, o presidente determinou que seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, fizesse contatos com os governadores do Rio Grande do Sul, Yeda Crussius, e de São Paulo, José Serra, para disponibilizar ajuda federal no resgate e reconhecimento das vítimas.
Lula tem procurado se cercar do máximo possível de avaliações técnicas para evitar decisões erradas. Um desses indicativos foi o pedido feito na manhã desta quarta-feira ao ministro Tarso Genro para que a Polícia Federal (PF) faça uma investigação paralela às operações do Cenipa.