Política

GOVERNO QUER EVITAR A TESE DE CRÔNICA DA TRAGÉDIA ANUINCIADA

Essa é a estratégia do governo federal
| 18/07/2007 às 20:55
  Integrantes do governo acreditam que serão responsabilizados pelos problemas do espaço aéreo, mesmo que as investigações indiquem que as mortes do acidente com o Airbus da TAM estejam ligadas a problemas com a aeronave ou a falhas do piloto.

   Após o segundo acidente de grandes proporções em menos de dez meses, um ministro, que esteve no gabinete de crise instalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que "independente de culpados, sabemos que muitas coisas recairão sobre nossas costas".

   Outros interlocutores do Palácio do Planalto dizem que, no momento certo, o governo se defenderá politicamente. Contudo, o próprio presidente é que definirá qual será a estratégia e quem falará em nome do governo.


   Por ora, o governo quer apenas evitar que a tese da "crônica da tragédia anunciada ganhe corpo" e prevaleça sobre as investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) e da Polícia Federal.


   Ontem, enquanto coordenava os movimentos do governo e recebia informações diretamente do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, Lula dizia que o acidente "era uma tragédia" e questionava "como isso pode acontecer?".


   Hoje, o presidente determinou que seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, fizesse contatos com os governadores do Rio Grande do Sul, Yeda Crussius, e de São Paulo, José Serra, para disponibilizar ajuda federal no resgate e reconhecimento das vítimas.

Lula tem procurado se cercar do máximo possível de avaliações técnicas para evitar decisões erradas. Um desses indicativos foi o pedido feito na manhã desta quarta-feira ao ministro Tarso Genro para que a Polícia Federal (PF) faça uma investigação paralela às operações do Cenipa.