O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), sinalizou que pode não presidir a sessão do Congresso de votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), marcada para as 19h30 desta quarta-feira (11).

  Renan disse que só vai comandar a votação se houver algum problema na sessão, que une deputados e senadores.

  "Se houver necessidade, vou presidir. Se os trabalhos não estiverem andando condizentemente, se a coisa não fluir, se a votação não acontecer, haverá necessidade", disse.

   "Não posso me omitir do meu papel profissional. Se não houver (necessidade), tudo ocorrer normalmente, o Nárcio Rodrigues (deputado do PSDB mineiro, primeiro vice-presidente da Câmara e do Congresso), pode presidir. Se não ocorrer normalmente, vou botar ordem na casa, conduzir os trabalhos", ressaltou.

    CONTRANGEDOR

Parlamentares da oposição ameaçam constranger Renan caso ele presida a sessão. O presidente do Senado é acusado de receber ajuda de um lobista para pagar despesas pessoais e sofre um processo no Conselho de Ética por conta disso. Os oposicionistas entendem que o presidente do Senado assumiu uma postura arrogante ao não se licenciar do cargo até a conclusão das investigações.

  A votação da LDO interessa a Calheiros, mesmo que não presida a sessão do Congresso. Se a proposta não for aprovada antes do dia 18, o Congresso Nacional não pode entrar em recesso. Os 15 dias de folga representar uma trégua para o senador, que ficará ausente de Brasília, sem as pressões dos colegas e da imprensa.

  Durante o recesso, os plenários do Senado e da Câmara não funcionam, e o Conselho de Ética só terá atividades internas, como o acompanhamento da perícia pela Polícia Federal e a análise de documentos.