O Conselho de Ética do Senado decidiu, na noite desta terça-feira, que o processo contra  presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), terá três relatores. As indicações devem ser feitas pelos líderes até as 16h desta quarta-feira. Um parlamentar sairá do bloco de apoio ao governo, outro do PMDB e o último do bloco da oposição (PSDB e Democratas).

   Até o momento, os nomes mais cotados para a relatoria são Renato Casagrande (PSB-ES), Almeida Lima (PMDB-SE) e Marisa Serrano (PSDB-MS). Calheiros é investigado pelo Conselho de Ética por suspeita de ter suas contas pessoais pagas pelo lobista Claudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior.

  O Conselho decidiu ainda que o processo não começará do zero. Após quase uma
hora e meia de discussão, o presidente do colegiado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), determinou que os depoimentos prestados ao Conselho e a perícia realizada pela Polícia Federal (PF) em documentos serão utilizados nas investigações.

  O grupo que apóia Calheiros defendia que, apontadas irregularidades jurídicas, o processo fosse iniciado novamente. "A advocacia e a consultoria-geral da Casa disseram pessoalmente que os erros no processo conduzem à nulidade de todo o procedimento. Portanto, deve declarar nulo todos os atos feitos até agora", afirmou o senador Almeida Lima (PMDB-SE).

  Quintanilha, no entanto, afirmou que os trabalhos devem ser aprofundados. "Daremos a continuidade das investigações. Entendemos que o Conselho, o Senado e o País inteiro querem o aprofundamento dos trabalhos", disse.

  No começo do encontro, o presidente do Conselho leu uma nota na qual se defende do processo que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por desvios de verbas públicas.

  Quintanilha refutou qualquer acusação. "Fiquei surpreso quando surgiram insinuações de que eu deveria ser afastado. As insinuações se juntaram às denúncias para me desqualificar, mas é com sinceridade que venho aqui refutar as insinuações".