Depois de contados os deputados só estavam presentes 14 dos 63. A sessão caiu.
Sessão surrealista na AL caiu às 17h31min, por falta de quórum (Foto/BJ)
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Pensem numa sessão surrealista!
Foi o que aconteceu nesta tarde de terça-feira, 3, na Assembléia Legislativa, em meia-sessão presidida pelo deputado Aderbal Caldas.
As discussões giravam em torno do 2 de Julho, das vaias que o governador Wagner e sua comitiva tomaram durante o cortejo, o fim da greve dos professores do 2º grau, a greve dos professores universitários, a LDO e os subsídios para o pessoal do MPE.
Aí começou o surrealismo.
O deputado Álvaro Gomes (PCdoB) garantiu em discurso no plenário que no último 2 de Julho, acompanhou o governador e não ouviu vaias coisa nenhuma e muito menos qualquer pessoa gritando ou apupando o governador.
Ao ser questionado pelo líder do Democratas, Gildásio Penedo, mostrando que toda imprensa baiana registrara as vaias, Álvaro disse que não houve nada disso que a imprensa registrou.
No meio político, o comentário é de que Álvaro Gomes só acredita num programa jornalístico nacional: a voz do Brasil.
VERIFICAÇÃO DE QUORUM
A sessão seguiu seu curso com dez deputados em plenário. A deputada Maria Luiza Laudano fazia um discurso confuso e os governistas não entendiam se ela criticava o secretário de Saúde, Jorge Solla, ou se elogiava.
A oposição sentava à pua no governo. O deputado Penedo dizia que o governador Wagner passou pelo maior vexame de sua vida no 2 de Julho.
Nisso, o deputado Leur Lomanto Jr. (PMDB) pediu uma questão de ordem e solicitou ao presidente Caldas verificação de quorum para dar continuidade a sessão.
Foi um panavoeiro. O deputado Gildásio Penedo fez um apelo para que a sessão não caísse devido os temas em debates, mas, Leur Jr. não concordou.
Nesse ínterem, até a convocação e contagem dos deputados em plenário, Álvaro Gomes pediu novamente a palavra, elogiou os professores, destacou o papel da APLB/Sindicato e do governo do Estado em saber negociar o fim da greve! E mais que a prioridade do governo é a educação.
Penedo corou na cadeira.
Depois foi a vez do deputado líder da maioria, Waldenor Pereira, falar o mesmo destacando o papel de negociador do governo Wagner.
Penedo corou mais ainda, ficou vermelho. Não é possível: estou vendo navios. Onde o goveno negociou com os professores?
LEUR SE MANDOU
Nisso, o deputado Leur Jr. deixou o plenário.
O deputado Elmar Nascimento (PR) pediu uma questão de ordem e disse ao presidente Caldas:
- Sr. presidente, isso é regimental, um deputado não pode pedir a verificação de quorum e se ausentar da sessão!
- Caldas, todo cunfuso, consultou assessores. Porém, seguiu mantendo a contagem.
Procura-se Leur.
Achamaram Leur.
Encontrava-se na sala do cafezinho.
A deputado Antonia Pedrosa diz: "olhe ele ali tomando um cafezinho".
Leur Jr. voltou ao plenário e Elmar se irritou ainda mais, pois, insistia na questão regimental para manter a sessão. Álvaro Gomes glosava: "Elmar tem razão; em parte".
Nada feito. Contados os presentes o placar foi 14 presentes x 49 ausentes.
O presidente Caldas pegou sua agenda e seu boné e foi embora.
Elmar, Álvaro, Penedo e Waldenor ficaram discutindo no plenário e depois também foram embora.
Asssim, a sessão caiu.