O vereador Virgílio Pacheco em seu pronunciamento, afirmou que, ao fazer um pedido ao secretário Fábio Mota, ouviu uma negativa que foi justificada pelo seu foto a favor do projeto. "Diga ao vereador Virgílio Pacheco que ele terá que marcar uma audiência com o prefeito João Henrique porque os vereadores que votaram a favor do projeto serão riscados", teria dito Fábio Mota, segundo Virgílio Pacheco.
Para Pacheco a postura do prefeito é autoritária e absurda. "Desde o início me posicionei a favor da CEI. Essa Casa tinha responsabilidade de dar uma resposta política à cidade. João Henrique é um aprendiz de ditador de calças curtas. Lutamos muito pelo direito de liberdade", desabafou o vereador.
NEM TAPA-BURACOS
O vereador Paulo Câmara (PSDB) também confirmou as denúncias do vereador Virgílio Pacheco. Segundo ele, João Henrique ligou para todo o seu secretariado e disse que os vereadores que votaram a favor da apuração não terão direito sequer a alguma operação tapa-buraco.
O líder da oposição, o vereador Téo Senna (PTC), foi outro que se mostrou decepcionado com o comportamento do prefeito. "Fico muito triste porque os vereadores que votaram a favor da sociedade estão sendo ameaçados. Infelizmente ele está tomando um posicionamento errado que não é condizente com o comportamento do gestor de uma cidade como Salvador", disse Senna.
A pessoa que seria teoricamente a mais insatisfeita com a ameaça do prefeito, nem se importou. O autor do requerimento para a implantação da CEI, Sandoval Guimarães (PMDB), agora do mesmo partido do prefeito, não se incomodou com a atitude de joão Henrique.
"Hoje de manhã, na cerimônia de filiação do prefeito ao nosso partido, ele me tratou muito bem. Eu não tenho nada a reclamar dele em relação a esse caso", afirmou.
PALHINHA
O vereador Palhinha (PTN) foi outro que sofreu as conseqüências do seu voto a favor da Comissão Especial de Inquérito. Ele está insatisfeito porque recebeu represálias públicas do seu partido e disse que, por isso, há uma possibilidade muito grande de mudar de legenda.
"Achei uma postura desleal a carta aberta do partido porque, em momento algum, o partido reuniu os vereadores para orientar como seria o posicionamento do partido. Por isso voltei de acordo com a minha consciência", explicou Palhinha.