Política

DEM QUER AFASTAMENTO DO PRESIDENTE DO SENADO, SENADOR RENAN CALHEIROS

O Senado vai desgastando ainda mais sua imagem
| 18/06/2007 às 19:49

  Representantes do DEM defenderam nesta segunda-feira, 18, o licenciamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), enquanto ele estiver se defendendo da denúncia de supostamente ter usado o lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, para pagar pensão e aluguel para a jornalista Mônica Veloso --com quem tem uma filha. O caso está sendo analisado pelo Conselho de Ética do Senado.
 

  O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), disse que a sua opinião dele não vai influenciar a decisão de Renan. "É uma situação de foro íntimo, mas que está causando constrangimento [ao Senado]."


  Agripino afirmou que se estivesse no lugar de Renan pediria para se afastar do Senado. Mas disse que essa é uma decisão que cabe ao peemedebista. "Cada cabeça, uma sentença."


  O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) afirmou que a decisão de Renan se licenciar do cargo já "está superada".


   Para o líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), Renan deveria se licenciar para fazer a sua defesa. "Em 10 ou 15 dias, ele prova e retoma suas atividades", afirmou.


  APURAÇÃO

  A Polícia Federal começa hoje a levantar informações em órgãos públicos de Alagoas para verificar a autenticidade dos documentos apresentados por Renan Calheiros para comprovar seus lucros com a venda de gado.

  Renan usou a lucratividade com a venda de rebanho para comprovar que seus ganhos eram compatíveis com os pagamentos feitos para a jornalista.

Reportagem do "Jornal Nacional" da semana passada lançou suspeita sobre as transações com gado feitas por Renan.


  Para Agripino, é importante explicar a questão das notas fiscais, e "mais importante é esclarecer se a transação foi feita".


   Demóstenes afirmou que as notas apresentadas por Renan podem ser "ideologicamente autênticas, mas precisa ver quem comprou e como comprou".


   Relatoria


   O senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) pediu hoje afastamento do Conselho de Ética do Senado por dez dias. Relator do processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no conselho, Cafeteira passou mal no sábado e alega estar com problemas de saúde para não participar das atividades do conselho nos próximos dias.

O ex-presidente do DEM, Jorge Bornhausen (SC), disse ser estranho esse afastamento. "É estranho e não me aparece adequado. É algo que o senado deve apreciar."