Após as denúncias do "Jornal Nacional", Rede Globo, contra o senador Renan Calheiros (PMDB), os aliados do peemedebista passaram a defender o adiamento, para terça-feira (19), da votação do relatório no processo contra suposta quebra de decoro parlamentar por parte do presidente do Senado.
Renan é acusado de usar o lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, para pagar o aluguel e pensão da jornalista Mônica Veloso, matéria inicialmente veiculada pela revista Veja.
De acordo com o "Jornal Nacional", Renan apresentou notas frias de venda de gado criado em fazendas de Alagoas. Renan usou a lucratividade com a venda do rebanho para justificar que sua renda era compatível com os pagamentos feitos a Mônica.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), sugeriu nesta manhã sexta-feira, 15, ao Conselho de Ética que a votação seja adiada até terça-feira. Inicialmente, a votação estava prevista para a manhã desta sexta-feira.
Segundo ele, o próprio Renan defende o adiamento da votação para que tudo seja esclarecido. "O senador Renan gostaria de ver tudo esclarecido. Sem prejudicar a votação do relatório e dos votos separados apresentados a este Conselho, poderíamos suspender a sessão, fazer perícia nos documentos e retomar na terça-feira essa votação", defendeu Jucá.
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC) teve o mesmo posicionamento. Ela defendeu a perícia dos documentos. Ideli disse que quem acusa é que tem que provar suas denúncias.
Antes das novas denúncias, os aliados de Renan defendiam que a votação do relatória do senador Epitácio Cafeteira (PTB-PA) fosse feita nesta sexta-feira. Cafeteira sugere o arquivamento do processo contra Renan por falta de provas.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) sugeriu ao conselho que adie a votação do relator de Cafeteira para periciar os novos documentos e ouvir testemunhas do caso Renan. "Fica evidente que a absolvição sumária é um equívoco, um erro. Não clamamos pela condenação, mas pedimos que o conselho tenha o direito de investigar", defendeu Demóstenes.
Para o senador democrata, as novas denúncias contra Renan devem ser incorporadas ao processo original que tramitam no Conselho de Ética da Casa. "Esses documentos [supostas notas frias] foram apresentadas pelo próprio senador dentro do processo inicial", argumentou.
O senador José Nery (PSOL-PA), autor da representação contra Renan no Conselho de Ética, disse concordar com o adiamento da votação para que as testemunhas sejam ouvidas e os novos documentos, analisados pelo conselho.
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