Segundo o jornal Folah de SP, gravações feitas pela Polícia Federal atingem outro ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A PF gravou pelo menos três telefonemas entre o lobista Sérgio Sá e o ministro Márcio Fortes (Cidades), revela o Painel editado por Renata Lo Prete.
Sá seria uma peça estratégica no esquema montado por Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, que comandaria a suposta máfia das licitações públicas desarticulada pela Operação Navalha, da PF.
De acordo com o "Painel", o teor dos diálogos --ainda mantidos em sigilo-- revela intimidade entre Sá e Fortes.
O "Painel" informa que Fortes foi citado uma vez em relatório da Operação Navalha. É que o ex-presidente do PP --partido responsável pela indicação de Fortes-- Pedro Corrêa é acusado de traficar influência nas Cidades para liberar dinheiro à construtora Gautama.
O primeiro ministro atingido pela Operação Navalha foi Silas Rondeau, que pediu exoneração depois das denúncias de ter recebido propina da Gautama. Rondeau nega as acusações.
A cúpula do PP já teria um nome para substituir Fortes caso a situação do atual ministro venha a ficar insustentável: Francisco Dornelles.
Grampos
Os grampos realizados pela Polícia Federal em suas operações atingem advogados, empresários, juízes, ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e até parentes do presidente Lula. Nesse último caso está Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do presidente Lula. Investigado pela Operação Xeque-Mate da Polícia Federal, Vavá foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário.
Paulo Medina, ministro do STJ, foi grampeado na Operação Hurricane (furacão), que investiga uma suposta quadrilha que comprava sentenças para beneficiar a máfia dos bingos e caça-níqueis.