Política

CÂMARA DE VEREADORES DE SALVADOR MANCHA IMAGEM COM APAGÃO DO PAINEL

CEI não saiu e Câmara perde credibilidade junto à opinião pública
| 16/05/2007 às 18:09
   Mais uma vez não houve número suficiente de vereadores para votar o requerimento da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que pretende apurar irregularidades na Secretaria Municipal da Saúde de autoria do vereador Sandoval Guimarães (PMDB).

  
   O vereador Gilberto José (PDT), líder do governo, encaminhou um documento à presidência com o objetivo de retirar dos vereadores a responsabilidade de apurar o crime que vitimou o funcionário da secretaria da saúde, Neylton Souto da Silveira, transferindo para o Ministério Público.

  
   O vereador Antônio Lima (DEM) ficou indignado com o teor do documento e destacou que " é um absurdo, isso é coisa de analfabeto. Fico espantado pelo fato de uma pessoa da formação de Gilberto José ser portadora de um documento desse", criticou.

   Para Gilberto José (PDT), o caso da morte de Neylton é para ser resolvido pela polícia e pelo Ministério Público. "Essa casa não tem instrumentos para investigar isso. Alguns vereadores querem apurar esse caso para tirar alguns integrantes do governo pensando nas próximas eleições, afirmou o vereador do PDT.


   PAINEL APAGADO

   Depois de alguns pronunciamentos dos vereadores, o presidente Valdenor Cardoso (PTC), pediu para que o painel que marca as presenças fosse apagado para que os vereadores que quisessem participar da votação marcassem presença novamente.

   Dos 34 vereadores que estavam presentes, apenas 23 registraram sua presença impedindo que a votação seja feita, já que são necessários 28 votos.

  
   Antônio Lima criticou duramente a atitude do presidente de apagar o registro das presenças do painel. Para ele, os vereadores que já tinham marcado presença tinham a obrigação de votar. "Vossa Excelência foi extremamente infeliz quando mandou apagar o painel e permitiu que essa manobra fosse efetivada", reclamou Lima.

   
   O líder da oposição, Téo Senna, também não poupou o seu colega de partido. "Esse é um momento de muita tristeza. Por causa da forma atrapalhada e radical que essa sessão foi conduzida a CEI não foi votada hoje. Duvido que os vereadores que não quiseram votar tenham coragem de contar isso à suas famílias e aos seus eleitores, afirmou Senna.

  
    O vereador Paulo Câmara (PSDB) reclamou muito da maneira arbitrária em que o presidente conduziu a sessão e também criticou seus colegas de mandato.

    Para o vereador Paulo Magalhães Júnir> "Eu estou enojado com essa manobra. Não é a primeira vez que o presidente da câmara age dessa maneira antidemocrática", falou. (Marivaldo Filho, repórter)