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Tasso Franco

DISCURSO DE JERÔNIMO CHOVE NO MOLHADO E ATÉ CONTESTA O PETISMO

Muito do que diz que fará já vem sendo feitos há 16 anos na Bahia, pelo menos na ótica petista e aliados
01/01/2023 às 11:39
   “O compromisso central do meu governo é a promoção da inclusão social”, afirmou o governador Jerônimo Rodrigues em seu discurso de posse, na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador, na manhã deste domingo (1º). Para o novo Chefe do Executivo baiano, “o ato de posse é, antes de tudo, uma cerimônia de reafirmação e ampliação de compromissos. Nós iniciamos hoje, uma nova etapa neste processo histórico de mudanças sociais da Bahia”.

  Essa afirmação do novo governador, em certo sentido, contradiz ou contesta os governos petistas desde a ascensão de Jaques Wagner, em 2007, o que vem sendo feito no estado. A inclusão social foi a marca wagneriana desde os primórdios quando o lider petista carioca radicado na Bahia disse que seu governo iria "cuidar de gente", contra-ponto aos governos carlistas que não faziam isso, na concepção do atual senador. E assim, nessa direção, seguiu com Rui Costa. Então, causa certa surpresa, o fato de Jerônimo dizer, agora, que o "compromisso central do seu governo é a promoção da inclusão social".

  Imagina-se que, o petista quis destacar que sua missão será a de ampliar a promoção da inclusão social e sobre o combate a fome, não deixou isso claro, uma vez que o petismo está no poder na Bahia há 16 anos e se existe essa fome toda, a responsabilidade seria do próprio petismo.

  Jerônimo lembrou sua origem humilde e disse que é resultado de lutas, sonhos e projetos coletivos. “Trago no rosto os traços genuínos do povo brasileiro e, na alma, as marcas de séculos de história do nosso país - e ela nos conta que, em outros tempos, seria impensável que homens como eu, viessem algum dia a governar esse Estado”, afirmou o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que prometeu trabalhar “incansavelmente pelo desenvolvimento dos 15 milhões de baianas e baianos”.

  Quando a essa declaração, historicamente, a Bahia já teve outros governadores de origem pobre e Rui Costa é um exemplo significante cuja mãe era uma retirante serrinhense e pai operário nascido no bairro da Liberdade; Waldir Pires veio da pequena Acajutiba e foi crescendo de degrau em degrau por esforço próprio; Paulo Souto é de Ilhéus e nos primórdios ralava como radialista esportivo; Severino Vieira era catingueiro da Vila da Ribeira do Conde e peregrinou por Recife e São Paulo estudando; Rodrigues Lima era de Caetité; João Durval de Feira de Santana; Jaques Wagner no Rio de janeiros, só para citar alguns que vieram de baixo e eram pobres. 

  Outra declaração de Jerônimo colocada como prioridade é o enfrentmento ao desemprego. Disse: "É compromisso meu empregar a nossa energia para promover inclusão por meio de uma política objetiva de desenvolvimento social e econômico que gere trabalho e renda para o nosso povo”, afirmou.

  Bem, temos que aguardar quais serão esses projetos, pois nesses 16 anos do petismo a Bahia tem sido campeã do desemprego e pouco foi feito no desenvolvimento industrial e tecnológico. Pelo contrário, a Bahia perdeu posições para Pernambuco e Cerá e deixou de ser a sexta economia do país há muito tempo. 

  Disse ainda o governador: - A Bahia é o segundo estado do Brasil com maior volume de investimentos pelo poder público estadual e o governador Jerônimo Rodrigues garantiu que manterá o ritmo intenso de obras e ações em sua gestão. “O Estado continuará priorizando os grandes investimentos em obras de infraestrutura e logística que estão interligando e integrando as nossas regiões, dando a fluidez produtiva que nós precisamos para fazer a roda da economia girar. Avançaremos nas obras de grande envergadura: pontes, entre elas a Ponte Salvador - Itaparica, estradas, aeroportos e aeródromos, portos e ferrovias, além dos grandes investimentos na mobilidade urbana e metropolitana”, afirmou.

  É também esperar que ver: a ponte Salvador-Itaparica e o projeto de integração com o Porto Sul e a FIOL vem se arrastando há anos. Vamos dar mais um crédito de confinaça ao governador. 
 
  Jerônimo também assegurou que seu governo vai “combater firmemente todas as formas de preconceito e discriminação”. Para o governador empossado da Bahia, “é inaceitável que a sociedade ainda conviva com uma violência tão sistemática contra as mulheres, os indígenas e demais povos e comunidades tradicionais, os negros e todos os grupos sociais historicamente excluídos”.

  Ao que se sabe, isso também já vem sendo combatido pelo petismo e aliados.

  Enfim, como se trata de um governo de continuidade, a fala de Jerônimo não trouxe qualquer novidade. (TF)