Política

ZEZÉ MOTA RECEBE TITULO DE CIDADÃ DE SALVADOR INDICAÇÃO DE ALADILCE

Carioca de Campos dos Goytacazes, a artista está comemorando 60 anos de carreira e tem 81 anos de idade
MB , da redação em Salvador | 18/11/2025 às 20:04
Zezé Mota homenageada na CMS
Foto: Ulse Epitário

Na Semana da Consciência Negra, a cantora e atriz carioca Zezé Motta foi rebatizada, aos 81 anos de idade, como cidadã de Salvador. Feliz e emocionada com o reconhecimento, em sessão solene da Câmara Municipal, realizada pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), ela disse que se sentia em casa na capital baiana, onde já morou, iniciou carreira e tem muitos amigos e fãs. "Salvador é sinônimo de resistência", frisou a também ativista contra o racismo e as desigualdades sociais.

Foi também por esse ativismo da artista que Aladilce fez questão de homenageá-la com a cidadania soteropolitana. "Salvador é a cidade mais negra fora da África e exemplos como o de Zezé Motta inspiram gerações a não normalizar o racismo", declarou.

A nova cidadã de Salvador foi conduzida ao plenário ao som da música Tigresa, composta para ela por Caetano Veloso, cantada por Aiana Amorim. A Deusa do Ébano de 2020, Gleice, entrou dançando, acompanhada pelos produtores culturais Clarindo Silva e Geraldo Badá, pelos vereadores Marta Rodrigues (PT), Felipe Santana(PSD), Eliete Paraguassu e Hamilton Assis, ambos do PSOL, além da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB). Os tambores do Olodum recepcionaram Zezé na escadaria do Paço Municipal.

Chão de ancestralidade

"Receber hoje o título de cidadã soteropolitana é uma noção difícil de descrever em palavras. Não é apenas uma imagem, é um encontro. É a confirmação de um relacionamento que minha história com esta cidade construiu ao longo de muitas décadas. E que sempre foi profundo, verdadeiro e cheio de afeto. Porque Salvador nunca foi apenas um destino profissional para mim. Salvador sempre foi uma casa espiritual. Um chão de ancestralidade. Um território onde minha arte encontrou ressonância, força e sentido. Porque antes mesmo de Chica da Silva acontecer, em 1976, eu já caminhava por essas ruas, vivia essa energia e trabalhava aqui", agradeceu Zezé Motta.

Carioca de Campos dos Goytacazes, a artista está comemorando 60 anos de carreira em plena atividade, nos palcos com o show “Coração Vagabundo – Zezé canta Caetano”, com o monólogo "Vou fazer de mim um mundo” e protagonizando o documentário “Senhora Liberdade”, na ‘GloboNews. Além disso, estreou nas passarelas do São Paulo Fashion Week.

A mesa da sessão, aberta pelo vereador Maurício Trindade (PP), vice-presidente da Câmara, contou com os secretários estaduais da Cultura, Bruno Monteiro, e da Reparação, Ângela Guimarães, que representaram o governador Jerônimo Rodrigues; a vereadora Marta Rodrigues, presidente da Comissão de Reparação; a deputada estadual Olívia Santana e o jornalista e cantor Raimundo Lima, presidente da Câmara Brasil/Angola e da Associação dos Empresários e Executivos do Brasil em Angola. Por sugestão de Lima, foi prestado um minuto de silêncio pela morte do cantor Jardes Macalé, amigo e vizinho de Zezé Motta. Foi exibido um vídeo com depoimentos de amigos e admiradores da artista que não puderam comparecer, a exemplo do ator Antônio Pitanga e de João Jorge, presidente da Fundação Palmares.

*Exposição** - Zezé Motta inaugurou a exposição Representatividade Negra, retratando personalidades dos cenários artístico e político, e alunos do Colégio Estadual Professora Leda Jesuíno. As fotos ficarão expostas no Centro de Cultura da Câmara até o final do Mês da Consciência Negra.

O artista plástico Menelaw Sete presenteou Zezé com um quadro, pintado por ele durante a sessão.