Deputado Luciano Araujo diz que a situação é muito grave agravada pela seca e preço mínimo não respeitado
Tasso Franco , Salvador |
31/10/2023 às 08:01
Deputado estadual Luciano Araújo (Solidariedade)
Foto: BJÁ
A cadeia produtiva do sisal composta por 40 municípios e 400.000 pessoas englobando municípios das regiões Nordeste e Norte do Estado passa por uma severa crise diante da seca, do preço mínimo do produto que é de R$3,36 kg e está sendo comercializado com cotações entre R$2,40 e R$2,80 - bem abaixo - e da exigência do Ministério dos Trabalho de que os envolvidos na produção - do agricultor ao operador de motores do desfibramento - tenham registros e carteiras assinadas.
Segundo o deputado estadual Luciano Araújo (Solidariedade) cuja base política se situa na região do Sisal especialmente em Valente, Retirolândia e Coité a cadeia produtiva está sufocada "há muita gente passando fome e estamos trabalhando em várias frentes para tentar, ao menos, minorar essa situação que é muito grave, de forte crise".
De acordo com o deputado o governo federal vai liberar R$10 milhões para a compra da produção da fibra ao preço minimo de R$3,36 e o governo do estado se comprometeu em apoiar no armazenamento.
O deputado diz que esse é outro problema a ser resolvido uma vez que a maioria dos armazéns da região do sisal não possui tetos adequados, em zinco, e os órgãos de fiscalização não permitem o armazenamento em áreas cobertas com tetos em amianto.
Para o parlamentar, que já esteve em Brasília com o senador Otto Alencar (PSD) abrindo portas e conseguindo um socorro federal para a cadeia produtiva do sisal é preciso que haja um esforço de outros parlamentares e de atores da Bahia para ajudar nesse processo.
Diz que no próximo dia 7 de novembro está prevista uma audiência pública na Assembleia Legislativa para analisar o assunto. Luciano destaca, ainda, que do sisal in natura apenas 4% é utilizado (o desfibrado) e o restante (a bucha) é desperdiçada. "Em momento como agora, de seca, nem os animais a utilizam".
A esperança - segundo o parlamentar - é o projeto que vem sendo desenvolvido pelo Cimatec - PRAVE Cimatec Sertão - do uso desses 96% excedentes do desfibramento na produção do etanol projeto em andamento e que será a salvação dessa lavoura cujo município com maior área plantada, na atualidade, fica na região Norte, em Campo Formoso.
"Veja portanto, a dimensão e a força dessa lavoura que não pode ser esquecida", completa destacando que é justo que o MT esteja exigindo carteira assinada e registros de todos os trabalhadores, mas tem que se olhar as peculiaridades regionais, pois, muita gente, hoje, está trabalhando "trocando dinheiro" e o que aufere mal dá para pagar os custos da produção - mão de obra e insumos.