Habitantes do Oeste e do Extremo Sul se acham abandonados pelo governo central de Ondina
Já houve, inclusive, desde o governo Waldir Pires (1987/1988) um movimento para dividir a Bahia em dois ou mais estados, um deles seguindo com o nome de Bara; e um outro chamado São Francisco. Recentemente, a ex-deputada estadual Kelly Magalhães (PCdoB/Barreiras) mesmo aliada do então governo Wagner defendia a divisão da Bahia.
Esse assunto chegou a ser pré-analisado pelo Congresso Nacional - o possível desmembramento da Bahia em um novo Estado o Estado do São Francisco - que viria a ter 173 mil quilômetros quadrados, um PIB de R$ 10 bilhões e seria composto inicialmente de 31 municípios, boa parte deles integrantes da chamada nova fronteira agrícola baiana: produzem e exportam soja e algodão, têm polos de fruticultura e crescem em agroindústria.
Somos 1,2 milhão de habitantes, mais que o Uruguai, estamos a uma distância média de 1 mil km da capital e enfrentamos sérios problemas de infraestrutura, destaca o deputado federal Oziel Oliveira (PDT-BA), avisando que está em fase final de elaboração de um projeto de decreto legislativo para criação do novo Estado mediante plebiscito na esteira da recente aprovação, pela Câmara, de iniciativa idêntica que poderá resultar no desmembramento do Pará em outros dois estados, Carajás e Tapajós.
Se o Estado do São Francisco fosse emancipado, com os 14 municípios que compõem o território de Identidade do Oeste, a Bahia perderia 4,11% de suas riquezas, estimadas em R$ 121,5 bilhões, pelo cálculo do produto interno bruto (PIB) de 2008. Os municípios baianos na margem ocidental do rio detêm R$ 5,3 bilhões em riquezas, de acordo com dados da Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan).
Ex-prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Oziel Oliveira garante que a separação é um clamor da região, que possui 1 milhão de hectares de soja, 350 mil de algodão, 200 mil de milho e dois polos de fruticultura, além de ser cortada por 1 mil km de Rio São Francisco, o que favorece projetos de agricultura irrigada. Por outro lado, há localidades sem água ou sem energia elétrica e áreas inteiras sem acesso asfáltico, como os 30 km entre Barreiras e Catolândia, Mansidão a Santa Rita, Pilão Arcado, Sítio do Mato, Feira da Mata, de Cocos a Coribe.
Agora, com as chuvas que atormentam o Extremo-Sul o assunto volta a boca dos políticos e vê-se que a infra-estrutura de várias cidades fica muito a desejar e há milhares de casas inundadas, centenas de familias desabrigadas, mortes, estradas destruidas parcialmente, e, obviamente, muitas criticas ao governo central do estado.
Como estamos nas proximidades de ano eleitoral esse tema voltará à tona, em 2022, com muita força (a divisão da Bahia) é o que comentam os políticos.