Claro que vai haver de tudo, de faixas e apelos mais radicais contra membros do STF e do Senado; a apoios mais formais.
Claro que vai haver de tudo, de faixas e apelos mais radicais contra membros do STF e do Senado; a apoios mais formais.
No propósito geral incentivado pelo próprio presidente seria um apoio popular ao seu governo que se vê encurralado pela CPI da Covid, por indicadores ruins à sua popularidade provocados pela pandemia e pelo marasmo do governo cujas promessas de Paulo Guedes, ministro da Economia, da campanha de 2018, ainda não foram executadas.
Esse é, por sinal, um ponto crucial: economia derrapante e inflação em alta são problemas graves e que manifestações não resolvem, e sim ações efetivas do governo.
E Bolsonaro perde muito tempo com as questões políticas e esquece do dever fundamental de casa que é governar e até tirar benefícios - como todo presidente ou gestor público faz -, dos indicadores positivos.
Bolsonaro negou a vacina contra a Covid desde o inicio, mas, no momento que abraçou a vacinação e o ministro Marcelo Queiroga organizou o MS e impulsinou a vacinação, o presidente deveria ter se vacinado (como fizeram Biden, Macron, Jonhson e outros) e capitalizado o sucesso da vacinação, hoje, com quase 80% da população vacina com a primeira dose.
As vacinas chegam aos estados e parecem que cairam do céu. Os governadores não dizem que são do Ministério da Saúde, os prefeitos muito menos, e o governo federal que tem uma comunicação abaixo da critica nada capitaliza.
Existem outros exemplo: recentemente, Bolsonaro veio a Bahia (Tanhaçu) e o destaque foi para a política quando deveria ter sido sobre a ferrovia (FIOL) que começou no governo Dilma e teve alguns pequenos trechos semi-concluidos e agora realizou uma concessão com a Bamin. Esse era o ponto central do enfoque, porém, Bolsonaro não deu atenção a ele.
Muita gente fala (e quer) uma ruptura institucional a partir do 7 de Setembro ou mesmo um novo grito de "independência ou morte" no dia D, mas isso dificilmente acontecerá porque nem o governo Bolsonaro está preparado para isso, nem as Forças Armadas deram sinais de apoio a essa vertente como aconteceu em 31 de março de 1964, uma marcha de militares em direção a Brasília. São dois momentos diferenciados.
Numa perspectiva mais amena é provável que o governo Bolsonaro utilize as imagens das manifestações do 7 de Setembro para revelar que se encontra forte junto à população.
Isso, no entanto, não permitirá o voto auditável - como ele queria, já derrubado pela Câmara -; nem o que dirá o relatório final da CPI; nem muito menos resolverá os problemas com a volta da inflação. E mais: ministros do STF vão seguir suas ações com base nas leis.
O governo - se sustentação forte tiver no 7 de Setembro - deve se organizar politicamente no Congresso melhorando as suas relações politicas com os parlamentares, a equipe governamental e o presidente trabalhar duros nos pontos que o Brasil quer e exige, conter a inflação e respeitar a Constituição.
Se fizer isso terá condições de disputar o pleito, em 2022, sua reeleição enfrentando de igual para igual seus adversários.