Nunca mais essa equação será modificada nas gestões da capital e vai influenciar no resto do estado
Tasso Franco , da redação em Salvador |
28/12/2020 às 19:04
Poder de igualdade entre homens e mulheres na PMS
Foto: REP
O prefeito eleito Bruno Reis ao anunciar seu secretariado - o pessoal que vai comandar o primeiro escalação do seu governo entre 2021 a 2024 - manteve a espinha dorsal da gestão do prefeito ACM Neto (2012/2020), natural que assim procedesse até porque ele integra essa administração como vice-prefeito e secretário, e desde a campanha ele e Neto diziam que era importante para a cidade do Salvador dar continuidade a um movimento que estava dando certo. E, de fato, houve uma resposta positiva da população tanto que Bruno foi eleito com folga no primeiro turno.
Óbvio que a continuidade não significa que Bruno abdique de imprimir sua marca como gestor da Prefeitura Municipal de Salvador e dê apenas uma continuidade linear à administração da cidade, porque se assim proceder a 'fadiga de materiais' será fatal, afinal de contas serão 12 anos de DEM no comando do Thomé de Souza, com possibilidades reais - se não houver tropeços pelo caminho - de atingir o total de 16 anos com alguma facilidade.
A cidade e sua população estão encantadas por Neto, o prefeito tem obras a inaugurar até 31 de dezembro, seus governos não teiveram sinais de namoro com a corrupção, a praga que atormenta a sociedade brasileira e afundou o PT nacional, e Bruno - aluno de Neto - tem tudo para dar continuidade ao 'boeing' com velocidade ainda maior.
Na espinha dorsal seguem nomes experientes e aplicados como Luis Carreira, Ana Paula Matos, Ivete Sacramento, Fábio Mota, Fabrício Muller, Luciana Rodrigues, Isaac Edington, Virgilio Daltro,Tania Scofield, Fernando Guerreiro, Leo Prates, Luciano Sandes, Luis Galvão, entre outros. E chega gente nova, sangue novo como se diz, para oxigenar a máquina tais como Giovanna Victer, Rita Paes, Marisa Chastinet, Fernanda Lordelo, Luis Carlos de Souza, Renata Vidal, entre outros (as).
A Casa de Thomé de Souza terá dez mulheres entre os 24 secretários da estrutura da PMS. Uma novidade, sem dúvida. Embora Bruno diga, como disse hoje, que elas estão no governo pelo fato de serem competentes e não pelo gênero, do ponto de vista psicológico, até mesmo psicologia junguiana do inconsciente e da história dos ciclos lunares e do poder e feminilidade da lua, o astro celestial feminino, há, pela primeira vez na história da administração da cidade uma igualdade entre homens e mulheres. Ou equilíbrio o sol e a lua. E Salvador é uma cidade masculina, solar.
As administrações públicas da Bahia - tanto do Estado como das Prefeituras capital e interior - tinham o hábito de colocar uma ou até três mulheres nos primeiros escalações para dar uma espécie de satisfação à sociedade. Fui secretário de Coumunicação da PMS no final da década de 1990 e primeiros anos do 2000 e funcionava assim. Havia, desde aquele momento, e até um pouco antes, uma grita das mulheres, dos movimentos ativistas femininos e feministas, por mais espaços nas gestões brasileiras.
Na gestão Imbassahy nasceu a Secretaria da Reparação que foi ocupada por Arani Santana, hoje, secretária da Cultura do Estado. Mas, funcionava mais para dar uma satisfação à sociedade - olha, a mulher ocupando espaços - do que de qualquer outra coisa. De qualquer maneira, de grão em grão, as mulheres avançaram.
Comungamos com a frase dita por Bruno, hoje: "Todas estão aqui pela sua capacidade. Todas se destacaram. Todas a gente confia. Fizemos apostas e tenho certeza que, com as condições que vamos dar, essas apostas darão certo”.
Temos certeza que darão conta do recado. Uma conquista de espaços que vai alterar muitas gestões no Estado e que será um marco. De agora em diante, salvo se surgir um prefeito no estilo Bolsonaro (vade retro) ninguém mudará mais essa equação, esse percentual. (TF)