Saúde, educação, território. Três pautas urgentes e fundamentais para o povo indígena que a criação de uma Frente Parlamentar na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) pode ajudar a fortalecer politicamente. A sugestão foi feita nesta segunda-feira (8) pelo secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, e imediatamente acatada pelo deputado estadual Jacó (PT).
Além do gestor da SJDHDS, também a secretária Fabya Reis, da Secretaria de Promoção e da Igualdade (Sepromi); os deputados Marcelino Galo e Fátima Reis (PT); representantes de órgãos estaduais; e cerca de 200 caciques e cacicas de aldeias sediadas na Bahia estiveram presentes na audiência pública "Território e Saúde Indígena na Bahia", a primeira do mandato "Sebo nas Canelas", proposta pelo deputado Jacó.
Pataxós, pataxós hã-ha-hãe, tuxás, kiriris, tupinambás, atikus, pancarus, kaimbés, xukurus-kariri, kapinawás entraram dançando e cantando no Auditório Jornalista Jorge Calmon para um encontro esperado havia 12 anos. E falaram sobre as preocupações que mais tiram o sono da comunidade, como a perda de direitos no governo Bolsonaro, baixa remuneração do professor indígena, demora na política de demarcação de terras, municipalização da saúde indígena, entre outros problemas.
"Três dígitos é o que recebemos de salário: R$ 872. Isso é racismo institucional. E queremos o nosso lugar ao sol. Estamos cientes de que só depende de vontade política para mudar essa realidade. Queremos o reajuste e a valorização do professor indígena", disse Tayra Tuxa, representante do Fórum de Educação Escolar Indígena.
A importância da audiência "Território e Saúde Indígena na Bahia" foi destacada pelo deputado Jacó: "Nosso objetivo é construir saídas, empoderar os indígenas e colocá-los em contato com o poder público. A sociedade baiana precisa conhecer essa realidade".