Política

Marta Rodrigues e Hilton Coelho voltam a criticar projeto do BRT

Hilton Calcula que verba da obra daria para construir mais de 11 mil habitações populares
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 15/05/2018 às 18:36
Marta Rodrigues e Hilton Coelho: contra o projeto do BRT
Foto: LB

E tome mais críticas ao projeto do BRT em Salvador, mais uma vez por parte dos vereadores Marta Rodrigues (PT) e Hilton Coelho (Psol). Para a petista, líder da oposição na Câmara Municipal, a pesquisa divulgada no último dia 10, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrando a capital baiana em último lugar em divulgação de dados, só corrobora as diversas denúncias feitas por ela sobre a falta de transparência do Executivo Municipal.

A seu ver, um dado muito importante do estudo aponta que as avaliações mais negativas são referentes à transparência no transporte público: “Isso só confirma nossas denúncias, inclusive a ausência de transparência do projeto do BRT que o prefeito quer implantar, mesmo com tantas manifestações contrárias. Desde 2017 cobro dados e estudos sobre o BRT, sem nenhuma resposta”.

Conforme a pesquisa, o índice geral de transparência de dados públicos na cidade foi de 55%, abaixo da média dos oito municípios analisados, de 65%. O levantamento foi feito pela FGV e pela organização OpenKnowledge Brasil, em parceria com o Núcleo de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Os resultados classificam Salvador n o último lugar no ranking que avalia a transparência e usabilidade das informações governamentais urbanas disponíveis em plataformas digitais online. Entre oito cidades analisadas, a capital baiana apresentou o menor percentual, de 5%, referente à base de dados abertos entre os locais pesquisados, de acordo com o estudo Índice de Dados Abertos para Cidades.

“A quarta capital do país não deveria configurar entre as cidades com menor transparência. Mas essa é uma prática muito comum na gestão de Neto, que temos visto em diversos âmbitos. Costumamos cobrar dados constantemente à prefeitura e raramente temos retorno”, disparou Marta.

Onze mil casas populares

Hilton Coelho calcula que o valor previsto para o BRT poderia ser aplicado na redução do déficit habitacional em Salvador, estimado em mais de 150 mil moradias. “Há uma evidente falta de moradia adequada em Salvador, algo que se evidencia a qualquer chuva em nossa cidade. Com os R$ 850 milhões que serão gastos no BRT daria para construir 11.370 casas populares”, defendeu.

Com base na Lei Orçamentária Anual 2018 e leis que autorizam contratações de operações de créditos, o oposicionista sugere que o valor do BRT daria também para implantar: 13.973 km de ciclovias, ou 521 creches, ou 217 encostas, ou 1.118 equipamentos de esporte e lazer, ou 383.612 metros de escadarias, ou 267 escolas municipais, ou 365 km de obras de micro e macrodrenagem, ou 365 postos de saúde, ou 1.628 km de recapeamento asfáltico.

Segundo ele, “há uma carência de habitação formal, construída com materiais duráveis, que atinge milhares de famílias. A insensibilidade da gestão de ACM Neto prefere priorizar recursos na ordem de quase R$1 bilhão para construir o BRT, um sistema caro e ultrapassado, que para piorar ataca o meio ambiente. Na Câmara Municipal de Salvador, nas lutas e nas ruas, sempre colocaremos nossa resistência e estaremos com a população na luta contra este absurdo que só beneficia os empresários de transporte de ônibus e as empreiteiras”.