O aumento das penas pelos crimes de injúria racial e racismo foi proposto pela vereadora Ireuda Silva (PRB), vice-presidente da Comissão da Reparação na Câmara de Salvador, através de dois projetos de indicação ao presidente da República. Em relação ao primeiro crime, ela sugere quatro anos como pena mínima, além de multa, contra os dois atuais. Quanto ao segundo, que seja de cinco, em vez de três anos.
Na opinião da perrebista, “a legislação sobre os crimes de injúria racial e racismo é fraca e confusa, e dá margem a interpretações que favorecem quem comete tais crimes. Ninguém de fato vai preso por racismo. Atualmente, a justiça beneficia o racista, e isso não vamos aceitar mais”.
Autora da lei que instituiu em Salvador o Dia Municipal de Combate ao Racismo no Esporte (26 de agosto), a edil avalia que episódios de discriminação racial têm ganhado cada vez mais repercussão na imprensa e nas redes sociais, ao passo que também tem crescido o repúdio por parte da sociedade.
Omissão no esporte
A legisladora entende que as leis devem ser mais eficientes e as penas mais duras é ainda maior. “E o mundo esportivo merece especial atenção, considerando a quantidade absurda de casos e a omissão deliberada por parte dos clubes, das torcidas e das entidades ligadas ao esporte”, acrescenta.
De acordo com a edil, o Observatório contra a Discriminação Racial no Futebol registrou 35 casos de racismo apenas no primeiro semestre de 2017, 40% a mais quem todo o ano de 2016.
Em 2018, uma das últimas ocorrências data do último dia 4 (domingo), quando uma torcedora do Botafogo chamou um jogador do Flamengo de “neguinho safado”. “Uma das piores faces do racismo é a hipocrisia e a falta de percepção de si mesmo. A mulher racista em questão é negra, mas, aparentemente, se vê como caucasiana. Sinceramente, não consigo compreender”, analisa Ireuda.