Política

CMS celebra os 171 anos de nascimento do poeta baiano Castro Alves

Marta Rodrigues homenageou ativista Marli Carrara com título de cidadã soteropolitana
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 15/03/2018 às 19:30
Homenagem a Castro Alves teve apresentações artísticas
Foto: Antonio Queirós

A Câmara de Salvador comemorou nessa quarta-feira, 14, os 171 anos de nascimento do poeta baiano Castro Alves. Regimentalmente, o Poder Legislativo soteropolitano celebra a data e o gestor do Centro de Cultura, vereador Odiosvaldo Vigas (PDT), é o responsável pela atividade realizada no Plenário Cosme de Farias. Jovens de escolas públicas da capital baiana e da Fundação Cidade Mãe, presentes na sessão, participaram de apresentações musicais, teatrais e recitais expuseram a obra do poeta dos escravos.

Apesar de quase dois séculos do nascimento de Castro Alves, seu lado foi considerado “muito atual” pelo pedetista: “A brilhante apresentação da Escola de Samba Unidos do Tuiuti, no Carnaval deste ano, mostra como o tema da escravidão e das desigualdades sociais, serve para os nossos dias atuais. Castro Alves combateu os ranços escravocratas do Brasil. Sua obra representa a necessidade da liberdade de expressão, da liberdade do ser humano e da justiça social”.

O coordenador do Sarau de Poesia do Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador, Edgar Velame, a atriz Marli Ramos, a cantora Rita Soll, o violonista Cleber Aguiar e o baixista André Luba capitanearam os espetáculos. Uma homenagem ao fundador do Centro de Estudos, Pensamento e Ação (Cepa), professor Germano Machado, que faleceu em 27 de dezembro de 2017, também emocionou crianças, adolescentes e adultos.

Acidentes de consumo

Outra sessão especial realizada pela CMS aconteceu nesta quinta-feira, 15, sobre a necessidade de prevenção dos acidentes de consumo, no auditório do Edifício Bahia Center. O evento foi uma iniciativa de Rogéria Santos (PRB), na data que marca o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor. “Não há somente motivos a comemorar. Pois os acidentes relacionados a diversos produtos são recorrentes”, afirmou a edil.

Ela acredita que “é necessário conscientizar o consumidor”, e salientou que, muitas vezes, no “afã do menor preço, o cidadão adquire um produto pirata. E esta atitude coloca a saúde dos envolvidos em risco”. A perrebista é autora de proposições que criaram os Dias Municipais de Prevenção aos Acidentes de Consumo e da Criança Segura e Prevenção aos Acidentes de Consumo Infantil.

Presente à mesa, o tenente-coronel Júlio Nascimento, representante do Corpo de Bombeiros, frisou que “estamos tomando atitudes somente reativas relacionadas aos acidentes de consumo e é preciso investir na prevenção”. Ele afirmou que no Brasil é necessário ocorrer uma mudança de hábito por parte dos pais e responsáveis pelas crianças. “Na Alemanha, quando uma criança recebe uma bicicleta, o presente vem acompanhado de equipamentos de proteção, como capacete”.

Nova cidadã

A petista Marta Rodrigues (PT) foi autora da proposta que outorgou o título de cidadã soteropolitana à coordenadora nacional da União por Moradia Popular, Marli Carrara, paulista de Americana, na noite desta quarta-feira. A sessão solene ficou lotada com militantes e amigos da ativista, vindos do Amazonas, Pará, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba e Maranhão.

De acordo com Marta, a homenageada “tem uma luta extraordinária na defesa dos direitos do cidadão. Essa homenagem tinha que acontecer durante o Fórum Social Mundial, para que todos os seus amigos de luta pudessem estar aqui e ver o reconhecimento de Salvador ao seu trabalho”.

A parlamentar destacou ainda o pioneirismo da União por Moradia Popular na autogestão dos projetos de habitação na Bahia. Atualmente, o grupo está construindo 312 moradias do tipo village na Estrada Velha do Aeroporto. Segundo a vereadora, a luta de Marli pelas demandas da comunidade, o respeito ao papel dos movimentos sociais, foi fundamental na articulação e avanço na organização e na luta pelo direito à cidade e à moradia digna em Salvador. A União por Moradia Popular é responsável por garantir o direito à habitação a mais de oito mil baianos.

“Aos 62 anos, vivi 34 em Salvador. Aqui eu ganhei minha filha e conheci a militância. Nesta cidade eu esqueci da vida de pequena burguesa do interior paulista e passei a dar valor ao que realmente importa”, disse Marli.