Política

OBAMA diz que o destino de Cuba será decidido somente pelos cubanos

O ditador cubano se irritou com questão voltada aos presos politicos
VEJA , CUBA | 21/03/2016 às 17:17
Obama e Raul Castro, em Cuba, no Palácio da Revolução
Foto: efe
O ditador de Cuba, Raúl Castro, se irritou com uma pergunta sobre a existência de presos políticos no país. "Dê-me uma lista com nomes de presos políticos que eu os soltarei antes que caia a noite", disse na entrevista coletiva após a reunião privada com o presidente americano Barack Obama, nesta segunda-feira em Havana. Em uma declaração conjunta à imprensa, Raúl Castro destacou a disposição de seu governo em continuar a avançar na normalização das relações com os Estados Unidos, mas pediu novamente o fim do embargo americano ao seu país, que afirmou que continua sendo o maior obstáculo à total retomada das relações entre Cuba e EUA. 

"Muito mais poderia ser feito se o embargo americano fosse levantado", disse Raúl. O presidente cubano também pediu que os EUA devolvam a Cuba "o território ilegalmente ocupado pela base de Guantánamo".

Obama ressaltou que o destino de Cuba será decidido somente pelos cubanos, e não por outros países. "O futuro de Cuba têm que ser decidido pelos cubanos, e não por ninguém mais", declarou. Em resposta ao pedido do fim do embargo, o presidente americano afirmou que vem tentando convencer o Congresso americano a suspender o embargo, mas que pede também que o governo cubano alivie as restrições à instalação de empresas e novos negócios no país.

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O ditador cubano recebeu Obama no Palácio da Revolução, em Havana, onde aconteceu o encontro bilateral, o terceiro desde que o anúncio do degelo entre ambos os países e o primeiro realizado na ilha. Dentro da sede do governo cubano, Raúl Castro cumprimentou Obama com um aperto de mãos. Depois, eles posaram sorridentes diante das lentes dos fotógrafos que registram o histórico encontro. Pouco antes de se encontrar com Raúl, Obama declarou que acredita que haverá "uma mudança em Cuba", embora tenha reconhecido que não ocorrerá "da noite para o dia". O presidente chegou neste domingo à ilha comunista acompanhado de sua família e se converteu no primeiro presidente dos Estados Unidos em 88 anos a pisar em território cubano.

"Ainda temos divergências significativas sobre direitos humanos e liberdades individuais em Cuba. Acreditamos que agora podemos potencializar nossa capacidade para promover mais mudanças", acrescentou o chefe de Estado americano. Obama também admitiu que "não há dúvida de que o governo cubano continua sendo um Estado de partido único que exerce o controle e reprime a dissidência". Com sua visita, Obama quer selar o restabelecimento de relações entre os dois países alcançado em 2015.