Política

HILTON COELHO nega ter orquestrado manifestação na audiência do PDDU

Segundo o socialista os manifestantes interviram por não concordarem com a forma como os debates estão sendo conduzidos
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 06/10/2015 às 20:32
Hilton Coelho: Silvio Pinheiro agiu de forma indimidadora
Foto: LB

O vereador Hilton Coelho (Psol) repudiou as declarações e a postura do secretário municipal de Urbanismo de Salvador, Silvio Pinheiro, que durante a audiência pública sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e a Lei de Ordenamento do Uso do Solo (Louos), no último sábado, 3, se fez acompanhar de prepostos da Guarda Civil Municipal (GMS) e tentou desqualificar representantes de entidades populares.

O socialista refutou as declarações de Pinheiro, atribuindo a manifestação dos ativistas a uma orquestração de seu mandato. “Isso não é verdade, sou apenas mais uma voz a lutar contra a venda de nossa cidade e não o dono ou a única pessoa nesta luta”, afirmou o edil, para quem as discussões devem ser efetuadas em alto nível e com efetiva participação popular, o que não tem ocorrido.

Em sua opinião “os movimentos sociais de Salvador, indignados com a forma que o PDDU e a Louos vêm sendo conduzidos, se manifestaram com o objetivo de fazer valer seus direitos e suas vozes na luta pela participação popular contra os interesses empresariais que o prefeito quer legitimar. Foi lido na oportunidade um manifesto que, entre outras coisas, apontou as falhas e equívocos da prefeitura que trabalha de forma evidente para impedir a participação popular. É notória a fraca presença da população em diversas oficinas de bairro, bem como nas próprias audiências públicas. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), contratada pela prefeitura, em seus estudos técnicos, ignora a população negra relegando a ela apenas três parágrafos dentro de um documento de mais de 500 páginas”.

E continua: “O que os autoritários chamam de tumulto, nós qualificamos como livre e legitima manifestação dos movimentos sociais. A população de Salvador tem todo direito de se manifestar e foi ao debate para se expressar porque não pode deixar que um plano que vai apontar as linhas gerais de reestruturação de toda cidade seja enviado à Câmara sem um processo de debate que seja verdadeiramente democrático “. Para ele “existe um conjunto de associações de moradores, de categorias, instituições e movimentos sociais que questionam e repudiam todo o processo excludente comandado por ACM Neto”.

O legislador defende uma revisão no calendário de envio da proposta do PDDU para a CMS: “Não podemos concordar com esse projeto que tem se revelado autoritário e sem conteúdo popular. O que tem se definido é a defesa dos interesses empresariais, do grande poder econômico. Os interesses populares estão fora da ação do Executivo que pretender vender ainda mais a nossa cidade e sacrificar a maioria da população. Vamos continuar ao lado de todas e todos que se mobilizam em defesa de um PDDU e Lous verdadeiramente democráticos e participativos”.