Fábio diz que Solla trabalha contra sua imagem e Solla diz que Fábio não sabe conduzir a Sesab
Ascom de Solla , Salvador |
24/07/2015 às 13:46
Jorge Solla emite nota sobre Fábio Vilas Boas e sua atuação na Sesab
Foto: Ag
O deputado federal Jorge Solla (PT) lamentou o tom adotado pelo atual secretário de Saúde da Bahia, Fábio Villas Boas, que em entrevista ao jornal CORREIO atribui ao parlamentar a responsabilidade de "orquestrar uma campanha voltada a desconstruir sua imagem e forçá-lo a deixar o cargo". E ser o autor de "uma série de manifestações contra ele". Segundo Solla, "pela greve dos servidores da Sesab".
Por meio de nota, o deputado salienta ter atuado sempre no sentido contrário, de alertar o governo para os problemas na gestão estadual que geravam reação entre os trabalhadores. “Em nenhum momento incitei a greve. Ao contrário, fiz todos os esforços no sentido de que ela fosse evitada”, disse.
O parlamentar repudiou, por fim, a estratégia do atual secretário em buscar transformar a insatisfação
dos servidores numa disputa pessoal entre ele e Solla. “Assim como nas outras oportunidades em que sua gestão foi confrontada com críticas, o secretário mais uma vez se utiliza da recorrente estratégia de
tentar encontrar em mim um virtual adversário e assim simular uma falsa polarização. A tática se esgota na medida em que é usada à exaustão e perde verossimilhança”, disse.
No caso desta greve, por exemplo, enquanto outros parlamentares assumiram publicamente posição pelos trabalhadores da Sesab – participando ativamente das negociações – o deputado Solla encontra-se em viagem fora do país com a família, no período de recesso parlamentar.
Resposta do deputado Jorge Solla às acusações do secretário Fábio Villas Boas publicadas no jornal CORREIO desta sexta-feira:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A posição política adotada pelo secretário de Saúde da Bahia não colabora para pôr fim à greve que enfrenta.
Assim como nas outras oportunidades em que sua gestão foi confrontada com críticas, o secretário mais uma vez se utiliza da recorrente estratégia de tentar encontrar em mim um virtual adversário e assim simular uma falsa polarização. A tática se esgota na medida em que é usada à exaustão e perde
verossimilhança.
Esta manobra é prejudicial para o avanço das negociações porque não tem base na realidade. Pode, na verdade, ter o efeito contrário: ao tentar impingir à pauta dos trabalhadores uma face de politização e revanchismo, o secretário tenta retirar a legitimidade do sindicato. Não é colocando em dúvida o lugar de
fala do interlocutor que se inicia o diálogo para um acordo.
Acusar-me de “orquestrar” movimentos de trabalhadores contra as medidas adotadas pela atual gestão é mais uma demonstração de que o secretário pouco conhece de minha trajetória política e nada entendeu dos posicionamentos públicos que fiz nestes quase oito meses de gestão.
Agi sempre no sentido diametralmente oposto, marcando posição nos temas em que considerei oportuno, alertando previamente para equívocos e suas possíveis consequências. Como método, sempre usei dos espaços públicos de discussão política – arcando consequentemente com todas os desgastes e
repercussões.
Repudio com toda a veemência a ilação de que de mim partiram conspirações ocultas contra uma gestão que ajudei a eleger. Mais que isso, que carrega a marca do PT, partido que ajudei a fundar e construir há mais de 35 anos.
Eleito também com os votos dos trabalhadores da saúde, tenho não só a atribuição, mas a obrigação de lutar por políticas que considero importantes para a saúde pública em nosso estado. Sob este princípio, me posicionei contrário às extinções das Dires, das farmácias populares, do Programa Saúde em
Movimento e do Rastreamento de Câncer de Mama, bem como contra o desabastecimento da rede própria sobre gestão direta, e o rompimento dos acordos de cogestão pública com a Ufba em relação ao Hospital Ana Nery.
Historicamente, as gestões petistas em todo o país tem a marca da participação popular, do saudável diálogo com as classes trabalhadoras e da convivência com as pressões sociais. Mais que uma marca do PT, em nossa democracia os espaços dos conselhos de saúde e das conferências de saúde são,
por direito, palcos legítimos em que posições adversas se manifestam e pautam a gestão pública.
Como petista, como deputado federal eleito pelo voto popular, como médico da Universidade Federal da Bahia e como trabalhador da área da saúde e tendo sido gestor – com muita honra – da SESAB, não me furtarei a lutar pela manutenção de políticas vitoriosas e contra eventuais equívocos que coloquem em
risco a evolução do SUS. Sempre de forma pública e republicana. O sucesso do governo Rui Costa é a garantia da longevidade de um projeto político do qual faço parte e pelo que luto diariamente.
Por fim, saliento que na presente greve outros atores políticos com mandatos eletivos – entre deputados estaduais e vereadores – têm participado de sobremaneira no apoio aos servidores.
Eu manifestei no dia 16, no Plenário da Câmara, meu apelo a servidores e ao governador Rui Costa para que as negociações caminhassem para um acordo célere. Em nenhum momento incitei a greve. Ao contrário, fiz todos os esforços no sentido de que ela fosse evitada. Estive reunido com o governador no sábado anterior à deflagração da greve levando propostas com vistas a evitar a greve.
Na noite desta quarta-feira, diante do fracasso das tratativas, divulguei nota pública sinalizando minha preocupação com o prolongamento das paralisações. Ademais, nada mais poderia ter feito já que me ausentei do estado no dia 17 para uma viagem em família – durante o recesso parlamentar – e
retornarei somente no dia 30.
Reitero aqui, todavia, minha solidariedade com os servidores e clamo mais uma vez para que haja um acordo. A paralisação de serviços na saúde prejudica de sobremaneira os usuários do SUS. Continuarem engendrando os esforços com vistas que o diálogo prevaleça e o SUS siga na Bahia a trajetória
de expansão pelo Estado.
* Comentário do Bahia Já: o secretário Fábio Villas Boas, na nota do Correio, não responsabiliza Solla pela greve e sim por atos contra ele (a pessoa) e não o estado.