Kátia Alves: “Sou
contra o aborto, mas a favor que a mulher decida sobre seu corpo”
Ascom KA , Salvador |
13/05/2015 às 09:32
Kátia Alves: "Homem diz que não quer chupar bombom com papel"
Foto: BN
“Sou contra o aborto, mas a favor que a mulher decida sobre seu corpo”, disse Kátia Alves, na tribuna da Câmara, ontem (12), ao fazer um apelo aos vereadores para que qualquer tema referente ao universo feminino seja
amplamente discutido pela Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres, antes de seguir para debate e votação no plenário.
De acordo com Kátia Alves, é preciso impedir a repetição do episódio ocorrido na quarta-feira da semana passada, quando um projeto que previa a criação do Dia Municipal de Conscientização Antiaborto foi encaminhado
para apreciação dos vereadores, tendo sido avaliado apenas pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
O assunto, conforme Kátia Alves, é complexo e pede uma discussão mais profunda e qualificada. “Não posso concordar com a vinda de um tema tão polêmico sem que a comissão das mulheres se manifeste, sem que haja
uma audiência pública, um debate. O aborto tem que ser discutido, sim, mas em sua plenitude”, frisou.
A vereadora ressaltou ainda a grande diferença numérica entre homens e mulheres na Câmara, o que justificaria essa necessidade de avaliação prévia da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres. “A maior parte da Casa é
formada por homens. Nós somos apenas cinco mulheres, sendo até desvantajoso debater essa questão aqui”.
Em discurso, Kátia Alves fez uma provocação aos presentes, afirmando que o aborto é praticado, sobretudo, pelos homens. “Quando o companheiro se recusa a usar preservativo porque diz que não quer chupar bombom
com o papel, ele corre o risco de engravidar a parceira. No momento em que ela o informa sobre a gravidez, ele alega não ser o pai da criança. É assim que funciona. E os homens não são penalizados por isso”, asseverou.
A vereadora participou também, na tarde de terça, de uma reunião da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres, no Salão Nobre da Câmara, com a presença de membros da comissão e representantes do movimento feminista.