Política

Valmir defende que Janot possa ser reeleito: “Querem mudar as regras"

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Ascom VA , BSB | 13/05/2015 às 10:23
Deputado Valmir Assunção
Foto: Ag Câmara
O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) defendeu, durante pronunciamento na
Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (12), as instituições brasileiras e o
prosseguimento do trabalho do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável
por investigações como a operação Lava Jato. Assunção foi de encontro à ofensiva
contra Janot, capitaneada pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP), que quer
extinguir a possibilidade de reeleição para o cargo de procurador-geral. “Estou
perplexo com a manobra que está sendo arquitetada por alguns na Câmara dos
Deputados. Existe uma tentativa de mudar as regras no meio do jogo mais uma
vez, como foi na PEC da Bengala, por interesses próprios, escusos e nefastos
para o Brasil, democracia e Poder Judiciário”. Assunção considera a autonomia e
independência da Polícia Federal, Ministério Público e do Judiciário um dos
pilares do projeto que o PT conduz no Brasil desde 2003, principalmente na
apuração de denúncias e julgamentos de crimes chamados de ‘colarinho branco’.


Valmir reiterou a permanência de Janot à frente da procuradoria, e lembrou que o procurador
conduz a operação Lava Jato, mas não só ela, existem outros processos sob sua
responsabilidade. “O mandato de dois anos é menor que o tempo de qualquer
processo judicial, portanto é muito mais que razoável que os
procuradores-gerais possam se reeleger. Mais do que isso: é saudável para o
nosso sistema judiciário, ajuda a dar continuidade nos processos, o que
significa celeridade e eficiência”. Para o parlamentar, o PT também excluiu
qualquer tipo de relação que não a institucional, tratando o Supremo Tribunal
Federal (STF) com a liturgia que lhe é pertinente. Assunção disse ainda que, há
menos de uma semana, a Câmara dos Deputados aprovou a possibilidade de um
ministro ficar 30 anos no STF, “e os mesmos deputados que falam agora em
reoxigenação do ministério público, falavam na semana passada em experiência e
continuidade dos processos”. 


“O que parece é que há um interesse concreto de colocar um freio na operação Lava
Jato, e com o casuísmo que está virando regra nesta casa, este mesmo grupo, que
tem pessoas investigadas nesta operação, quer mudar o procurador-geral para
enterrar a Lava Jato e não ser investigado pela justiça”. De acordo com Valmir
Assunção, Janot tem conduzido a investigação de forma correta e prezando pela
lisura do processo. “Tirar Janot agora só serve aos interesses de quem quer
voltar à época em que tínhamos um ‘engavetador-geral da República’, que tinha
como principal função arquivar todos os processos que envolvessem o interesse
dos que detinham poder. A presidenta Dilma não compactua com isso, defendemos a
autonomia e independência do Ministério Público e temos convicção de que apenas
os seus membros têm o poder de negar a recondução de Janot ao cargo de PGR”,
completa.