Política

ROMBO NA SESAB GESTÃO SOLLA: Deputado espera punição do caso HGCA

Targino Machado espera punição para gestores da Sesab envolvidos em denúncias de superfaturamento na compra de material hospitalar para o Hospital Clériston Andrade
Maurício Naiberg , Salvador | 07/04/2015 às 19:07
Segundo Targino o caso das cirurgias de varizes é apenas a ponta do iceberg
Foto: BJÁ
Alvo de muitas críticas da população baiana nos últimos anos, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) deu mais uma demonstração que suas recentes gestões estão, de fato, na UTI.
Isso porque, o Ministério Público baiano abriu inquérito civil para apurar denúncias de irregularidades durante a realização do Mutirão de Cirurgia de Varizes, que ocorreu entre os meses de setembro de 2013 a maio de 2014 no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), na cidade de Feira de Santana. 

De acordoncom o MP, há indícios que o material utilizado neste mutirão pode ter sido superfaturado pela Sesab, na então gestão do hoje deputado federal Jorge Solla. O deputado estadual Targino Machado, que criticou o ex-secretário e seus desmandos em relação à saúde do estado. 

“O Clériston é somente a ponta do iceberg. É preciso esclarecer à população, a imprensa e até mesmo ao Ministério Público, que foi feito, não no Clériston, mas dentro da Secretaria de Saúde da Bahia, em 2014, na gestão de Jorge Solla, um registro de preço, com valores exorbitantes. Fala-se em algo em torno de 90 milhões para utilização de toda rede própria dos hospitais do estado, pertencentes à Sesab. Esse registro de preço foi da lavra do diretor da Rede Própria Sob Gestão Direta da Secretaria de Saúde da Bahia, José Walter dos Santos Júnior, que é o último dos
moicanos da administração de Jorge Solla. Todo mundo sabe que o mesmo é amigo do ex-secretário e o único que continua na Sesab ocupando cargo importante. O resto a secretaria já passou a vassoura”, afirmou.

De acordo com o parlamentar, o diretor da Rede Própria Sob Gestão Direta da Secretaria de Saúde da Bahia, José Walter dos Santos Júnior, não poderia ter feito esse registro de preço sozinho.  “O diretor José Walter não poderia ter feito esse registro de preço milionário sozinho. Ele precisou da anuência da diretoria de saúde da Sesab, ligada, à época, ao secretário Jorge Solla, que era cargo do Partido dos Trabalhadores”. 

Para Targino, os valores das cirurgias de varizes, realizadas durante o mutirão, passam, e muito, da média que os hospitais particulares, por exemplo, cobram na Bahia. 

“No Clériston foram feitas 450 cirurgias de varizes e 99% delas sãonambulatoriais. Só algumas dessas são necessárias internar. Somentemcom os estiletes para ablação das varizes foram gastos R$11.160.000, e com os cateteres de safena mais R$ 4.155.000. Isso dá 15.315.00,00. Não estou falando de nenhum outro insumo. Dividindo isso, chega-se a um valor médio de R$ 34.033,33. O preço médio de uma cirurgia como essa, em hospitais particulares, é de três mil
reais. Se a Sesab tivesse encaminhado esses 450 pacientes para o Hospital Aliança, por exemplo, teria gasto 1.350.000,00, ou seja, cerca de 8% do que gastaram”, disse.