Política

Quem enterrou a CPI do Metrô de Salvador foi o PT, diz deputado Adolfo

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ASCONS , Salvador | 07/04/2015 às 19:20
Deputado Adolfo Viana destaca que na ALBA já houve uma CPI do Metrô sepultada pelo PT
Foto: BJÁ
   A proposta da deputada petista Luiza Maia de instalar na Assembleia Legislativa uma CPI para investigar as obras do metrô de Salvador, no ano de 1999, caiu no isolamento logo após o discurso que fez na sessão plenária desta terça-feira, 07, colocando como alvo o deputado federal Antônio Imbassahy, hoje atuando de forma combativa como vice-presidente da CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados. 

   Parlamentares da bancada de oposição e até mesmo da base do governo, rechaçaram a ideia da deputada  de colocar Imbassahy sob suspeição e saíram de forma categórica em defesa do parlamentar, classificando-o como " homem probo, honesto e de alta envergadura política".

    O deputado Adolfo Viana (PSDB) fez pronunciamento contundente lembrando à deputada Luiza Maia que, em 2010, quem enterrou a CPI do metrô foi o próprio PT.  À época, a proposta de criação de uma CPI para investigar o metrô partiu da bancada de oposição, através do então deputado estadual Elmar Nascimento, sob protestos e resistências do PT e de toda a base aliada do governo Jaques Wagner. 

   "Quem se omitiu e fugiu das investigações da CPI foi o partido da deputada Luiza Maia", insistiu Viana, acrescentando que na ocasião, o líder do PT na Casa, deputado Paulo Rangel, se recusou inclusive a indicar deputados do partido para integrar o colegiado, alegando que tratava-se de uma CPI sem nexo. 

   Segundo o tucano, a intenção da deputada, "além de servir ao PT e aparecer na mídia", é a de intimidar o deputado Imbassahy que vem atuando de forma implacável na CPI da Petrobrás e ganhando o respeito e a admiração de todo o país.  Adolfo Viana reforçou que Imbassahy, além de ser consagrado como o Melhor prefeito, na época em que administrou Salvador, pontua no ranking dos deputados mais atuantes do Brasil. 

   O parlamentar se colocou à disposição para ser o primeiro a assinar o pedido de instalação da CPI, informando que o próprio Imbassahy  já se colocou à disposição para comparecer e prestar os devidos esclarecimentos, caso seja concretizada. " Homem público, digno e honesto não tem medo de investigação", frisou. 

   Além dos deputados de oposição, parlamentares da base governista como Alan Sanches (PSD e Jânio Natal (PRP), criticaram a proposta da petista. "Em se tratando do deputado Imbassahy é uma proposta sem cabimento", disse Sanches. Jânio Natal fez questão de falar da honradez de Imbassahy e avisou que o pedido não contará com a sua assinatura. O deputado Carlos Geílson chegou a brincar fazendo analogia com uma luta de box: " A deputada Luiza Maia entrou no ringue  desinformada e saiu grogue". 

   PROPOSIÇÃO DE LUIZA MAIA

   “Não fui eu quem acusou Imbassahy de nada, mas o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União. Quero apenas que investigue”. Foi assim que a deputada Luiza Maia, do PT baiano, reafirmou nesta terça-feira, 07 de abril, seu requerimento para abertura de uma CPI no intuito de investigar o superfaturamento da obra do metrô de Salvador, em 1999. Na época, o hoje deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB), vice-presidente da CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados, era o prefeito da capital. 

   Na opinião da deputada, o suposto superfaturamento nos contratos, de R$ 166 milhões, segundo denúncia do MPF e do TCU, cerca de R$ 400 milhões se os valores fossem corrigidos, são dados suficientes para abertura da investigação no parlamento estadual. 

    “Não sou desinformada e nem fui eu quem fez a denúncia, foi a Folha de São Paulo quem denunciou. Dizer que estou ‘jogando para a mídia’, ‘para a plateia’, é conversa de quem não tem proposição”, afirmou Luiza Maia ao rebater críticas da oposição. “Parlamentares precisam sair de invisibilidade”, disse.

   A parlamentar petista disse ainda que, já que parte da mídia “monopolizada e partidarizada” não denuncia irregularidades, sobe à tribuna da Casa para divulgar o que não se divulga. “Se fosse alguém do PT nesta denúncia da Folha, a notícia já estaria sendo massificada”, ponderou.

   Com mais de um mês de atuação, a CPI da Petrobras, no Congresso, a qual Imbassahy é vice-presidente, não convocou nenhum representante das empresas suspeitas do sobrepreço nos contratos do metrô de Salvador, também investigadas pela operação Lava Jato. Segundo a Folha, Imbassahy teria recebido R$ 30 mil da Braskem, empresa ligada a Odebrecht, R$ 250 mil da OAS e R$ 66 mil da UTC em doações nas eleições do ano
passado.

    Além das empresas Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, detentoras do contrato do metrô de Salvador em 1999, há ainda a suspeita de formação de um “consórcio oculto” envolvendo a Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Constran e Alsto