Política

Solla requere desarquivamento de investigação do Metrô de Salvador

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Ascom JS , BSB | 06/04/2015 às 20:45
O deputado federal Jorge Solla (PT) ira requerer nesta terça-feira (7) que a CPI da Petrobrás retome as investigações paralisadas da Operação Castelo de Areia – prejudicada por decisão judicial que anulou provas alcançadas por denúncia anônima. Entre as obras, está o metrô de Salvador, que segundo o Tribunal de Contas da União (TCU) foi superfaturado em R$ 166 milhões em valores da época, cerca de R$ 400 milhões atualizados.

“O Metrô de Salvador é um dos casos que devem ser investigados para entendermos como este esquema se estruturou. É indispensável compreender em que sentido operou o cartel historicamente: se transpôs para dentro da Petrobrás um esquema que já funcionava em outras obras; ou o contrário, se o “Clube das Empreiteiras” se estabeleceu dentro da Petrobrás e, então, começou-se a combinar preços e a pagar propinas em contratos fora da estatal, com prefeituras, estados e União”, destaca o deputado.

Nos requerimentos, o parlamentar destaca que a Castelo de Areia verificou a existência de esquemas esquema de cartel de empreiteiras em obras públicas, superfaturamento e pagamento de propinas a agentes públicos, políticos e partidos. O foco da PF na Castelo de Areia foi a construtora Camargo Corrêa, também envolvida na Lava Jato, que investiga esquema similar de corrupção na Petrobrás. No Metrô de Salvador, a Camargo Correia venceu a licitação em 1999, na gestão do então prefeito Antônio Imbassahy (PSDB), em consórcio com a Andrade Gutierrez – também envolvida na Lava Jato – e a Siemens, acusada de comandar o cartel do metrô de São Paulo.

“Sempre ofendeu a nossa população uma obra de R$ 1 bilhão que durou 14 anos e só construiu cinco quilômetros de metrô. O TCU já verificou que houve superfaturamento, agora temos que saber quem de fato se beneficiou, para que pague pelo que fez”, defende. Em 2013 o contrato com a Metrosal foi rescindido e uma nova licitação realizada para dar continuidade às obras.

Solla também requereu a convocação dos executivos da Camargo Correa Pietro Francesco Giavina Bianchi e Saulo Thadeu Vasconcelos, que respondem ação na Justiça por crimes de evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro (cartel). Enquanto na casa de Pietro foi encontrado o contrato de gaveta que indicou o consórcio oculto na obra do Metrô de Salvador, que envolveria as empresas Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Constram e Alstom; Saulo Thadeu Vasconcelos era o engenheiro responsável pelo metrô de Salvador.