Política

EUA ENTRAM NA GUERRA ISRAEL X IRÃ E BOMBARDEIA ÁREAS NUCLEARES NO IRÃ

Escalada do conflito gera impactos globais e insegurança no planeta e ninguém sabe o que pode acontecer daqui para à frente
Tasso Franco , Salvador | 22/06/2025 às 09:03
Frodo instalações nucleares no Irã
Foto: REP

O Irã prometeu se defender depois que os militares dos Estados Unidos se juntaram à guerra de Israel contra o Irã na manhã de domingo, lançando bombas e mísseis contra três importantes instalações nucleares do país. Os ataques provocaram temores de uma escalada mais perigosa em todo o Oriente Médio.

O presidente Trump afirmou que o objetivo era a "destruição da capacidade de enriquecimento nuclear do Irã". Ele alegou sucesso, afirmando em um breve discurso televisionado da Casa Branca que as instalações nucleares haviam sido "completa e totalmente destruídas"

O presidente Trump afirmou que as principais instalações de enriquecimento nuclear do Irã foram "completa e totalmente destruídas" por ataques americanos. Mas, neste mês, o Irã alegou ter outra instalação de enriquecimento "em um local seguro e invulnerável", com a instalação de centrífugas prevista para começar imediatamente.

O anúncio, feito pelo chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Mohammad Eslami, foi feito em 12 de junho — imediatamente após o Irã ter sido censurado pelo conselho de governadores da Agência Internacional de Energia Atômica por não cumprir suas obrigações de transparência sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

O ministro das Relações Exteriores do Irã condenou os EUA no domingo por realizarem ataques militares contra seu país, acusando o presidente Trump de traição e prometendo que seu país responderia em "legítima defesa".

O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, disse que, ao atacar um país com o qual os Estados Unidos vinham negociando, Trump "traiu o Irã" e "traiu a diplomacia" — além de "enganar seus próprios eleitores", após fazer campanha com a promessa de manter os Estados Unidos fora de guerras estrangeiras.

O chefe da Sociedade do Crescente Vermelho do Irã, Pir Hossein Kolivand, afirma que não houve vítimas fatais nos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas.

"Felizmente, não tivemos nenhum mártir nos eventos da noite passada, na agressão dos EUA às instalações nucleares do Irã", disse ele, segundo a televisão estatal.

A Rússia afirma que "condena veementemente" os bombardeios dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã, classificando os ataques como "irresponsáveis" e uma "grave violação do direito internacional".

"Já está claro que uma escalada perigosa começou, repleta de novos enfraquecimentos da segurança regional e global", acrescenta o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunic

Escalada no conflito

A entrada oficial dos EUA na guerra marca uma escalada dramática nos ataques iniciados em 13 de junho, quando Israel lançou ataques contra alvos nucleares iranianos. O Irã respondeu disparando mísseis contra cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. Os confrontos já deixaram mais de 240 mortos e milhares de feridos nos dois países.

Segundo especialistas, a ofensiva americana representa um duro golpe ao programa nuclear iraniano. As instalações atingidas estavam protegidas por estruturas subterrâneas, como em Fordow, e exigiram o uso de bombas de alta penetração lançadas por aviões B-2 Spirit e mísseis Tomahawk

A emissora estatal israelense Kan afirmou que o ataque foi feito em “total coordenação” entre Washington e Tel Aviv. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a operação “vai mudar a história”

Riscos e impactos globais

Para analistas internacionais, os bombardeios aumentam os riscos de uma escalada regional e podem ter efeitos econômicos globais. O Irã já ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz, rota estratégica para o transporte de petróleo, o que poderia provocar uma disparada nos preços do barril no mercado internacional.

A comunidade internacional acompanha com preocupação o desenrolar do conflito, temendo novos confrontos e o aumento das baixas civis. Apesar disso, o chanceler iraniano afirmou que, embora a diplomacia deva permanecer como princípio, “este não é o momento para diálogo”.