Política

Mídia internacional vê "classe média branca" nos protestos

Diversos manifestantes levaram cartazes em inglês para chamar atenção da mídia internacional
Terra | 16/03/2015 às 14:47
Manifestação em Brasília contra o governo da presidente Dilma em frente ao Congresso
Foto: Joedson Alves / Reuters

            Os grandes protestos contra o governo realizados neste domingo (15) em várias partes do Brasil ganharam destaque na imprensa estrangeira nesta segunda-feira (16). Muitos jornais enxergaram um "protagonismo da classe média branca" nas manifestações.

            "Centenas de milhares de brasileiros predominantemente brancos e de classe média tomaram as ruas ontem" para pedir o impeachment da presidente e, alguns, um golpe militar, publicou o britânico The Guardian.

            Já o espanhol El País noticiou, na capa do periódico, que "os protagonistas das marchas pertencem às classes médias mais educadas". Foram, segundo o jornal, "médicos, professores, advogados e estudantes bem preparados e informados".

            No argentino Clarín, destacou-se que o deputado federal Paulinho da Força (SD-SP) foi "o único que levou grande número de manifestantes que não são nem brancos nem ricos para a manifestação".

            O diário destacou, porém, que Paulinho - líder da Força Sindical e um dos únicos a defender abertamente o impeachment da presidente- foi hostilizado por manifestantes que apenas "toleram" a camada social de trabalhadores representada por este político.

            Os jornais noticiaram também a baixa popularidade da presidente e associaram o fato à crise econômica e à operação Lava Jato, entre outros.

O New York Times seguiu esta linha e destacou os desafios que o governo enfrenta com a "estagnação da economia, um escândalo de corrupção e uma revolta de alguns das figuras mais poderosas de sua coalizão".

No domingo, diversos manifestantes protestaram com cartazes em inglês com o objetivo de obter atenção da mídia internacional.