O Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio) foi comemorado na manhã desta quinta-feira, 23, no plenário da Câmara de Salvador. “Internação compulsória: uma negação da reforma psiquiátrica?” foi o tema da sessão especial, realizada desde 2005 por iniciativa da vereadora Aladilce Souza (PCdoB) e atividade.
Para a comunista é importante debater o tema na CMS: “Abraçamos essa luta, mas não podemos esquecer Iolanda Pires e Juca Ferreira, que iniciaram esse movimento. Depois, Zezéu Ribeiro assumiu a casa e, em seguida, Gilmar Santiago. A partir de 2005, assumi o compromisso de, todos os anos, fazer essa sessão especial pelo Dia da Luta Antimanicomial. Ao longo desse período, procuramos identificar os problemas da luta pela reforma psiquiátrica”.
Coordenador do Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps-AD), o psiquiatra Tarcísio Andrade criticou a internação compulsória para pessoas que sofrem de dependência química. “Pensar em internação compulsória para pessoas que usam drogas é insano. Prejudica as famílias, os doentes e a sociedade como um todo”, declarou.
Outra questão levantada pelo médico foi a votação do Projeto de Lei nº 7.663, de autoria do deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), aprovado na última quarta-feira (22) na Câmara Federal. “Essa proposição é um crime. Não separar os traficantes dos usuários de drogas não é o caminho”, opinou.
Manifestação popular
Munidos de cartazes, pacientes e usuários dos Caps adentraram e se instalaram no plenário da Câmara. Muitos se pronunciaram na tribuna popular, falando sobre a assistência prestada pelos Caps e sobre a internação compulsória.
“Reativar a geração de renda com outro nome”, “Não à internação compulsória. Sim ao CAPS”, “S.O.S. CAPS”, “Melhoria na Alimentação. Soja uma vez na semana”, “Pelo esporte no CAPS e torneios”, “Pela reativação das oficinas de arte” são algumas frases escritas nos cartazes colados na mesa do Plenário Cosme de Farias contra a internação compulsória.
Além de Aladilce, a mesa da sessão especial foi composta de pessoas com histórico de luta pela reforma psiquiátrica, entre elas Nivalda Oliveira (Ministério Público); Daniel Nicori (Defensoria Pública), Liliane Mascarenhas (Secretaria Estadual de Saúde), professor Marcus Vinicius (Núcleo de Estudos pela Superação de Manicômios), Elisleide Bonfim (Associação Metamorfose Ambulante), Silvio Roberto Silvia (Conselho Estadual da Saúde), Cesare La Rocca (Projeto Axé), Tereza Costa (Secretaria Municipal de Saúde).