Política

ALBA revoga lei que desestatizaria EMABASA apesar da água muito cara

Eficiência da EMBASA é questionada e empresa cobra tarifas de água com percentuais muito acima da inflação
Tasso Franco , da redação em Salvador | 07/05/2013 às 17:08
Deputado Rosemberg Pinto (PT) defende sindicalistas chamados de "pelegos"
Foto: BJÁ
   Mesmo cobrando tarifas da água bem acima da inflação (14.34% em 2011; 13.47 em 2012; e 9.80% em 2013) a base governista com parecer do deputado Joseildo Ramos (PT) deverá aprovar na sessão da Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 7, a revogação do projeto de Lei 7.483, de 17 de junho de 1999, que autorizava o Poder Executivo a promover a desestatização da Empresa Baiana de Água e Saneamento - Embasa. Com isso, a Embasa se mantém estatizada e a venda dos serviços da água será exclusiva da empresa no Estado.

   O deputado Joseildo Ramos disse na tribuna da Assembleia nesta tarde que a possível desestatização da Embasa era ainda "coisa do passado do entulho autoritário" e comemorou a decisão do governador Wagner em enviar um PL a ALBA sepultando de vez essa pretensão. Joseildo destaca que a Embasa é uma empresa eficiente e tem prestado relevantes serviços à população baiana, especialmente no governo Wagner.

   No entendimento do deputado Bruno Reis (PRP), o qual vai entrar na Justiça para tentar impedir o novo reajuste da água acima da inflação, em 9.80% já autorizado pela Agersa, "a Embasa é ineficiente e a prova maior disso foi o sofrimento da população baiana diante da última seca". Segundo o deputado o que se viu foi racionamento de água, baixa qualidade de prestação dos serviços e falta de água constante nos bairros de Salvador.

   DEBATES

   As discussões na Assembleia, nesta tarde de terça-feira, se centralizaram no reajuste dos servidores públicos em 2% a partir de janeiro até junho e + 3.8% a partir de julho, a o rótulo que a oposição colocou nos sindicalistas alinhados na Fetrab de "pelegos", "chapa-frias" e "marrom". O líder da oposição, Elmar Nascimento (PR), voltou a repetir em plenário  que a classificação é essa mesma "pelegos" e o estado tem sido perdulário com o dinheiro público em algumas situações.

   Citou que, "agora mesmo foi feita uma dispensa de licitação no valor de R$1 milhão para a Secretaria de Relações Internacionais. Vão fazer o que com esse dinheiro? - perguntou e respondeu dizendo que aí está o ralo. 

   O líder do PT, deputado estadual Rosemberg Pinto, defendeu os sindicalistas e criticou a oposição por chamar os sindicalistas de “pelegos, chapa branca ou marrom”. Segundo Rosemberg, o plenário é um local de posição sim, e onde os parlamentares tem o direito de expor o que acredita, mas ressaltou que é preciso respeitar aqueles que foram eleitos para representar a sua classe.

   “Não vou admitir que os sindicalistas sejam tratados de forma grosseira e deselegante. Como sindicalista não posso admitir que eles sejam tratados desse jeito. O acordo entre os sindicatos e o governador Jaques Wagner foi fechado porque os sindicalistas concordaram. Neste momento, os sindicalistas não são mais éticos como na época da greve dos professores e da Polícia Militar, segundo a Oposição. Como líder do PT, sempre respeitamos todos neste plenário e não vou permitir que falem assim e chamem os sindicalistas de pelegos, chapa branca ou marrom. Eles foram eleitos para representar a sua categoria e se a Oposição não está satisfeita, que solicite uma assembleia das categorias para mudar de posição”, destacou o líder.