Aumentam as resistências ao projeto do vereador Marcell Moraes (PV), que proíbe o sacrifício de animais em cultos religiosos. Nesta segunda-feira, 6, a sessão da Câmara de Salvador foi transformada em especial e ficou lotada de representantes de cultos de matriz africana, protestando contra a proposta do verde.

Um cartaz com a frase “Meu orixá não é vegetariano”, levado por opositores do projeto se contrapunha a outro com as frases “Abolição animal. Eles merecem respeito”, sustentado por militantes da causa animal. A realização do debate durante a reunião da tarde foi sugerida por Aladilce Souza (PCdoB) e acatado pelo presidente Paulo Câmara (PSDB).

Marcell compareceu à sessão, mas não se pronunciou nem atendeu ao apelo, tanto dos manifestantes quanto dos colegas vereadores, para retirar o projeto. Retirou-se do plenário, impossibilitando a votação em regime de urgência urgentíssima. Diversos edis de vários partidos se posicionaram pela inconstitucionalidade da proposta.

Diante disso ficou marcada uma reunião extra da Comissão de Constituição e Justiça, às 11 horas desta terça-feira, 7, para analisar um parecer contrário ao projeto.

Importância

Hilton Coelho (PSOL) defendeu a participação de ialorixás e babalorixás da sessão da CCJ, pois são “tão importantes quanto qualquer outro líder religioso”. Manifestaram-se também contra a aprovação da matéria, por considerá-lo afronta às tradições das religiões de matriz africana, Sílvio Humberto e Fabíola Mansur (PSB); Gilmar Santiago, Waldir Pires, Moisés Rocha, Carballal e Suíca (PT); Alfredo Mangueira e Pedrinho Pepê (PMDB); Edvaldo Brito (PTB), Everaldo Augusto (PCdoB), Odiosvaldo Vigas (PDT), Leo Prates (DEM), Isnard Araújo (PR), Joceval Rodrigues (PPS), Kiki Bispo (PTN), Leandro Guerrilha (PSL), Heber Santana (PSC), Euvaldo Jorge (PP) e Tiago Correia (PTN).

A sessão especial foi presidida pelo vereador Arnando Lessa (PT), 1º secretário da Casa, que convidou para compor a mesa os vereadores Edvaldo Brito e Aladilce Souza; a Egbome Nice, Makota Valdina, Jacilene Nascimento, Raimundo Comanangi e Tata Eurico. O vereador Silvio Humberto também presidiu parte da sessão. Todos classificaram a sessão como histórica e uma demonstração do poder do povo de santo e dos que defendem a liberdade de culto religioso.