Líder do governo, deputado Zé Neto, PT, diz que vai mobilizar a base e votar o acordo dos servidores na terça-feira, 7
Tasso Franco , da redação em Salvador |
06/05/2013 às 18:27
Deputado Carlos Gesilon, PTN: "Estamos assistindo ao verdadeiro peleguismo na Bahia"
Foto: BJÁ
O líder da maioria na Assembleia Legislativa, deputado Zé Neto (PT), disse ao BJÁ que vai convocar a base do governo para votar o projeto do reajuste dos servidores do estado (2% entre janeiro/junho; e + 3.8% a partir de julho) nesta terça-feira, 7. Já o líder da oposição, deputado Elmar Nascimento, PR, afirmou que, considera o reajuste "leviano, uma engabelação" e vai usar todo o tempo regimental para adiar a votação tentando sensibilizar o governador por um acordo digno.
Na opinião do deputado Carlos Geilson (PTN) o acordo representa o "pior peleguismo que a Bahia já presenciou em sua história, uma redução de 2.5% para 2% e uma complementação de 3,84% a partir de 1º julho, totalizando 5,84% (índice oficial da inflação de 2012, medido pelo IPCA). No entanto nesse período os servidores já terão novas perdas acumuladas em razão da inflação dos seis primeiros meses do ano.
Geilson lembrou matéria publicada por este BJÁ mostrando que o Instituto dos Auditores Fiscais do Estado da Bahia – IAF considerou decepcionante o acordo celebrado entre o governador Jaques Wagner e 18 dos 19 sindicatos ligados ao PT e PcdoB, que participaram da negociação, da qual o IAF não fez parte.
“O que vemos é que na Bahia se instalou um verdadeiro peleguismo. É inconcebível acreditar que representantes de categorias de servidores sentem em uma mesa de negociação e possam concordar com uma proposta, que prevê um reajuste, nos seis primeiros meses do ano, menor do que a oferecido inicialmente”, afirmou.
Para Geilson, o governo sempre teve dinheiro, mas tentou semana passada empurrar “guela abaixo” em regime de urgência um aumento pífio de 2,5%. “O governo fala em perdas, mas como bem lembrou o auditor fiscal Augusto Ferrari, o Balanço de 2012 do próprio governo mostrou um superávit de mais de R$1,6 bilhão. Então, porque tanto chororô, tanta engabelação na hora de reajustar os salários dos servidores?”, questionou o parlamentar.
CONTRADIÇÕES
As contradições das atitudes do Governo do Estado e dos sindicatos que representam os servidores públicos foram questionadas pelo deputado Luciano Simões (PMDB) na sessão plenária desta segunda-feira, 6 de maio, na Assembleia Legislativa. "Se o governador tivesse realmente em situação financeira difícil era só cortar as viagens de helicóptero, que custam R$ 6 mil por dia", disse.
Embora o governador alegue que não possui recursos para conceder um aumento aos servidores acima da inflação do período, os jornais publicaram hoje anúncio do governo de que as obras da ponte Salvador - Itaparica começarão no dia 1º de janeiro de 2014. "Como pode um governo não ter condições financeiras de arcar com suas obrigações e, ao mesmo tempo, anunciar o início de uma obra orçada em R$ 7 bilhões?", questionou Simões.
O deputado também afirmou que, enquanto os servidores que não participam dos sindicatos estão diariamente na Assembleia demonstrando a sua insatisfação, do outro lado, presidentes de sindicatos parabenizam o governador pelo aumento de 3,9%. "Que situação ambígua vive a Bahia!", exclamou.
DEFESA DO GOVERNO
A deputada Luiza Maia (PT) parabenizou o governador pelo acordo e disse, em plenário, que "acordo é acordo e se os servidores aceitaram tudo bem". (Veja noutra matéria a posição do lider do governo, Zé Neto)
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